Em um país cada vez mais diverso, supermercadistas buscam diferenciação na oferta de itens dificilmente encontrados em redes tradiciona
*Por Renato Müller
Em grande parte do mundo, os supermercados são uma experiência padronizada. O foco em vender itens com maior demanda cria um cenário de competição em itens semelhantes, eliminando uma forma importante de diversificação. Algumas redes americanas, porém, têm buscado se mostrar diferentes de seus concorrentes com um sortimento focado em públicos específicos.
Um dos bons exemplos nesse sentido é a rede Fiesta Mart, com mais de 60 lojas no estado do Texas. A rede tem como público principal a comunidade hispânica da região, mas também vem expandindo seu mix para alcançar o público asiático. Existe um bom motivo para isso: segundo o U.S. Census Bureau, as populações que se definem como hispânicas e asiáticas vêm crescendo forte nas últimas duas décadas, fazendo com que a parcela que se define como branca tenha caído de 69% para 58% desde 2000.
Rivalizando com bandeiras com foco étnico como H Mart, 99 Ranch Market e Northgate Gonzalez Market, a Fiesta Mart oferece muitos itens que são considerados essenciais para a culinária mexicana e que não são encontrados facilmente nas grandes redes nacionais. Isso faz com que as bandeiras regionais aumentem suas vendas e o número de lojas – um movimento que tem ficado ainda mais forte pela curiosidade dos consumidores mais jovens pela culinária global.
Atualmente, o mercado americano de alimentos multiculturais (leia-se: não-estadunidenses) está estimado em US$ 50 bilhões, com crescimento anual médio de 2%. E o consumidor identificado com uma alimentação multicultural tem um poder de compra estimado pela consultoria Acosta em US$ 3,9 trilhões. Com isso, essa deverá ser, nos próximos anos, uma das maiores fontes de expansão do setor de supermercados nos Estados Unidos.
Redação SuperHiper