Desempenho no Estado foi um pouco melhor do que no país, aponta pesquisa da Amis
O faturamento do setor supermercadista mineiro registrou aumento de 3,64% em janeiro frente ao mesmo período de 2014. Diante do resultado positivo, que superou as projeções de estabilidade, o segmento aposta em um crescimento próximo de 2% neste exercício frente ao anterior.
Os números compõem a pesquisa "Termômetro de Vendas", divulgada na sexta-feira pela Associação Mineira de Supermercados (Amis). Segundo o superintendente da entidade, Adilson Rodrigues, as perspectivas para janeiro não eram positivas por causa da situação econômica do país.
Entretanto, na comparação com dezembro, houve queda de 17,33%. Apesar do índice elevado, a retração está dentro da média registrada nos anos anteriores. "A queda não mostra que janeiro foi ruim e sim que dezembro foi muito bom. O final do ano é um período de festas, então é normal que venda mais", explica Rodrigues.
Os resultados dos supermercados mineiros foram ligeiramente melhores que apurado no país no mesmo período. Em janeiro frente a janeiro, o segmento em nível nacional registrou alta no faturamento de 3,42%. Já na comparação com dezembro, houve retração de 20,48%, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Perspectivas - Para março, as perspectivas são pouco animadoras. O esperado é que o faturamento fique no máximo idêntico ao mesmo mês de 2014. Isso deverá ocorrer por causa do aumento no preço dos combustíveis e nas tarifas de energia elétrica neste início de ano, que deverão reduzir o poder de compra dos consumidores.
No entanto, a visão não é a mesma para o fechamento do ano, que deverá ter um crescimento de 2%, porque se acredita que o consumo de produtos básicos não seja opção de corte em um primeiro momento. "Se as pessoas deixam de comprar casa, carro e gastar fora de casa, sobra mais dinheiro para gastarem nos supermercados. Por isso, não vivemos a mesma crise que os outros setores", argumenta o superintendente da Amis.
Pelo contrário, as projeções são de aportes de R$ 300 milhões na abertura de lojas e reforma de unidades em 2015. A entidade prevê que o Estado ganhe 70 supermercados e implemente obras em 75, sendo a maioria deles no interior e de menor porte.
Novo perfil - Se antes a tendência era a construção de hipermercados, agora o setor tem concentrado suas forças nos pequenos espaços do estilo conveniência. O objetivo é gastar menos em cada loja de modo que sobre recursos para abrir vários pontos de venda. "O consumidor mudou. Ele quer fazer as compras perto de casa e em lugar prático. O setor está acompanhando essa tendência e deixando os supermercados cada vez mais compactos", afirma Rodrigues.
Essa foi a mesma lógica seguida no ano passado, quando os supermercadistas abriram 85 lojas com aportes de R$ 340 milhões. Mas essa é uma tendência que se intensifica a cada ano. Além do perfil do consumidor, os altos custos de manter um empreendimento de grande porte pesam e muito nessa mudança de perfil. "No início dos anos 2000 todo mundo apostava que as lojas de bairro iriam acabar. Era a vez dos supermercados que vendiam de tudo, até eletrodomésticos. Mas agora já se sabe que não é isso que os consumidores buscam", ressalta o superintendente da Amis.
Veículo: Diário do Comércio - MG