São Paulo - Quase quatro anos após encerrar sua atividade de vendas on-line no Brasil, o Carrefour anunciou ontem que vai voltar a vender produtos pela internet. Desde ontem, o Carrefour.com está oferecendo 12 categorias de produtos eletrônicos, itens de decoração, saúde e infantis. Não haverá frete gratuito, segundo o presidente do Grupo Carrefour Brasil, Charles Desmartis.
A venda de alimentos, de operação considerada mais complexa devido à distribuição de perecíveis, está programada para o ano que vem.
É na categoria de produtos alimentares que a empresa pretende extrair a maior participação de mercado, por ser uma área de consumo ainda pouco explorada no comércio eletrônico no país, segundo Desmartis,
As vendas on-line atenderão inicialmente apenas a região Sudeste, mas nos próximos meses abrangerão gradualmente as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
A companhia surpreendeu o setor varejista em 2012, quando anunciou o fechamento de seu comércio eletrônico no País, como parte de uma reestruturação global da empresa. Na época, anunciou alterações em seu plano de investimento devido à redução dos gastos dos consumidores na Europa afetada pela crise de dívida.
A retomada da operação de comércio eletrônico pelo Carrefour já vinha sendo anunciada pela empresa desde meados de 2014 e voltou a ser ventilada no ano passado, quando se falava em abrir a operação por meio de eletrônicos e eletrodomésticos. Mas Desmartis dizia que, como a venda desses produtos registrava fortes quedas, o grupo não tinha pressa de colocar a plataforma no ar.
Segundo ele, era necessário alinhar as áreas de sistemas, logística e ajustar a oferta nas lojas à entrega. A plataforma tecnológica desenvolvida agora pretende possibilitar a integração entre o e-commerce e as lojas físicas.
Nesse processo de integração, o Carrefour.com tem hoje um centro de distribuição exclusivo em Embu das Artes (SP), mas irá progressivamente compartilhar os centros de distribuição das lojas físicas no futuro para aproveitar a capilaridade da rede no país.
De acordo com Desmartis, o atual lançamento das vendas on-line não exigiu grandes aportes de capital. «O maior investimento foi em tecnologia da informação e sistemas», disse. Com 520 pontos de venda e 76 mil funcionários no País, o Carrefour faturou R$ 42,7 bilhões no ano passado.
Abertura de capital - Uma abertura de capital do Grupo Carrefour no Brasil está no radar há dois anos e não há pressa para uma capitalização, disse o presidente da rede varejista francesas. “Queremos ter uma operação slim em termos de estrutura de capital e capex”, disse o executivo.
O executivo citou o momento da economia brasileira e disse que um passo no sentido de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) irá acontecer em um momento adequado do mercado “O dia em que acharmos certo e num ambiente adequado do cenário de mercado”, disse. No Brasil a receita bruta do grupo chegou em R$ 42 bilhões no ano passado.
O projeto para uma oferta de ações do Carrefour havia ganhado força em 2014, segundo fontes, e a expectativa era de movimentar cerca de
R$ 1 bilhão. Mas a crise interna do País colocou os planos em compasso de espera. O Brasil não é palco de IPOs desde junho do ano passado, mas existe uma expectativa para reabertura desse mercado em outubro.
Veículo: Jornal Diário do Comércio de Minas