O mercado dá como certa a compra pelo Carrefour da operação do Makro no Brasil, que tem 74 lojas no país e faturamento de R$ 7 bilhões. Segundo pessoas próximas à negociação, o valor ficaria acima de R$ 4 bilhões e a transação pode ser anunciada em breve.
As conversas entre o grupo francês e o holandês se intensificaram nas últimas semanas, depois de terem esfriado no fim de 2019 por causa do valor da transação. Mas as negociações teriam sido iniciadas há pelo menos seis meses.
O Makro pertence ao grupo SHV, é a terceira rede atacadista do país e poderia reforçar a atuação do Carrefour no segmento de "atacarejo", no qual atua por meio da marca Atacadão.
Mas, segundo o colunista do GLOBO Lauro Jardim, o Carrefour não seria o único interessado. Ele afirmou, em seu blog, que a ideia do banco Rothschild, que assessora o grupo, é fatiar o Makro, para que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade, que regula a concorrência no país) não coloque entraves ao negócio. O Assaí " que pertence ao GPA, dono ainda de Extra e Pão de Açúcar " e outros também teriam manifestado interesse no Makro.
Mas uma fonte com conhecimento do setor avalia que a compra faz todo o sentido para o Carrefour e também para o Makro, já que o Brasil é um poucos mercados que o grupo SHV mantém o negócio de vendas no atacado.
Fôlego no ‘atacarejo’
O Atacadão responde responde por cerca de 70% das vendas brutas do Carrefour no país. O grupo francês vem abrindo lojas em um ritmo de 20 por ano. Com as unidades do Makro, pode ganhar fôlego extra nesse segmento. No quarto trimestre do ano passado, as vendas no Atacadão cresceram 10,8%, enquanto as da operação de varejo avançaram 12,8%.
Na concorrência, a rede de atacarejo Assaí responde por 51% das vendas anuais. Entre outubro a dezembro, houve alta de 19,7% nas vendas brutas do Assaí. Já nos supermercados e hipermercados do GPA, as vendas caíram 1,4% no período. Esse segmento passa por uma reorganização dos negócios.
Procurado, o Carrefour informou que não comentaria as informações que circulam no mercado, já que está em período de silêncio por causa da divulgação de resultados de 2019. Já o Makro não respondeu ao pedido de informações sobre as negociações.
O grupo holandês está há mais de 70 anos no Brasil e atua ainda no segmento de distribuição de gás, por meio da SHV Energy, dona da marca Supergasbras. O grupo tem 22% do mercado nacional de distribuição de gás.
Fonte: O Globo