A maioria dos estabelecimentos comerciais da capital mineira teve o funcionamento suspenso pelo Decreto n° 17.304, de 18 de março de 2020, da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), e segue com as portas fechadas. As atividades consideradas essenciais, porém, mantêm o atendimento à população, como é o caso dos supermercados.
Diante do cenário, diversas redes da Capital realizaram uma série de adequações para colaborar com a recomendação das autoridades de saúde quanto à política de distanciamento social, como principal medida de contenção do avanço do novo coronavírus (Covid-19) pelo País.
Entre elas, a redução nos horários de funcionamento, promoções para delivery, maior higienização das unidades e carrinhos, bem como o controle da entrada e permanência de clientes nas lojas.
A reportagem percorreu alguns supermercados na região da Pampulha e, embora tenha constatado a adoção de medidas de precaução por parte dos lojistas, também percebeu um fluxo elevado de clientes nos estabelecimentos. Na ronda, observou-se que todas as lojas visitadas disponibilizavam materiais para limpeza dos carrinhos e demarcação – no chão – da área dos checkouts para o distanciamento das pessoas. Mas apenas o Supermercados BH controlava a entrada de consumidores, limitando o número de clientes dentro do estabelecimento.
Atendimento exclusivo para idosos – A rede Verdemar, com 15 unidades na Grande Belo Horizonte, adotou o horário especial de funcionamento, estabelecendo um período para receber apenas idosos. Todas as lojas reservam a primeira hora de funcionamento, todos os dias, para atendimento exclusivo aos clientes com mais de 60 anos.
Por meio de nota, o supermercado informou ainda que, devido à redução do transporte público na cidade e pela segurança dos funcionários, as lojas passaram a funcionar apenas até as 20 horas, diariamente, por tempo indeterminado. Além disso, têm feito higienização constante dos carrinhos e itens disponibilizados para manuseio dos clientes nas lojas.
Delivery – Já o Grupo Super Nosso informou o registro do aumento de 1.000% nas vendas realizadas através do canal digital, o Super Nosso em Casa. De acordo com o vice-presidente do grupo, Rodolfo Kayser Nejm, o movimento nas lojas físicas está mais brando.
“O crescimento foi bastante considerável logo no início das notificações sobre a pandemia, pois as pessoas estavam apreensivas quanto a questão do abastecimento. Agora, essa questão está mais controlada”, informou.
O horário de funcionamento também foi reduzido, atendendo somente até às 20 horas, colaboradores do grupo de risco foram afastados e todas as unidades estão operando com quadro reduzido.
“Por outro lado, reforçamos a higienização dos cestos, carrinhos e demais espaços e estamos orientando a todos que deixem crianças e idosos em casa; mantenham distância segura entre uma pessoa e outra. E ainda higienizem as mãos e evitem a utilização de dinheiro”, explicou.
Já o Meu Prata Supermercado, localizado no bairro Castelo, está oferecendo entregas grátis para compras acima de R$ 100, além de álcool em gel, toalha de papel e pia com água e sabão na entrada da loja para a assepsia dos clientes. E os funcionários estão usando luvas, máscaras e óculos como forma de prevenção.
Abastecimento – Todas as redes consultadas informaram que não enfrentam problemas de abastecimento. Neste sentido, a Associação Mineira de Supermercados (Amis) reforçou a orientação aos consumidores a evitar compras de estocagem e a trocar marcas por opções mais baratas ou substituir itens por similares. O objetivo é evitar a pressão sobre os preços e auxiliar na negociação entre supermercados e indústrias.
Por meio de nota, a entidade disse ainda que as empresas supermercadistas estão solidárias e trabalhando diariamente no enfrentamento da pandemia do Covid-19 e que os supermercados estão abastecidos e em funcionamento dentro da normalidade.
“O desafio tem sido enfrentar reajustes de preços por parte de seus fornecedores neste momento de reposição de estoques. Com a alta demanda geral registrada no início do enfrentamento da pandemia, os estoques, que garantiriam abastecimento durante um prazo muito maior, foram rapidamente consumidos, o que gerou a necessidade de novas compras junto aos fornecedores. O desequilíbrio entre oferta e procura pode gerar pressão sobre os preços”, alertou.
Fonte: Diário do Comércio