Fábio Queiróz, presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), foi o quinto convidado da série Os Planos da Retomada, que busca debater com executivos e empresários soluções e estratégias para reerguer o Rio diante da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. O bate-papo aconteceu na terça (30), no instagram da Veja Rio, e foi conduzida pela editora-chefe da revista, Fernanda Thedim, que abordou como os supermercados estão lidando com as fases da flexibilização. Abaixo, alguns trechos da conversa:
Mudança de comportamento
"A primeira que veio para ficar, diga-se, é a questão da higienização. As pessoss nunca mais voltarão para o nível de higienização pré-pandemia. Eles vão priorizar lugares mais seguros, mais limpos. O brasileiro gosta de ser bem atendido.O que vamos reparar fácil no consumidor a prioridade de ser sentir seguro com a higienização. Higiene vai virar diferencial no mercado".
Fiscalização
No início da pandemia, nós soltamos uma cartilha para todos os associados com todas as boas práticas de higienização. E fomos evoluindo à medida que ficávamos mais por dentro da doença e sua forma de contágio. O Brasil nunca enfrentou nenhuma crise como agora, então tudo e novidade. Hoje temos um protocolo muito bem estabelecido. Se houver uma diferença do mercado para o outro, alguém está descumprindo ordens. Não é obrigatório aferir a temperatura dos consumidores no mercado. É uma opção. Mas higienizar a mão do consumidor na entrada é obrigatório. A ASSERJ está atenta para fazer cumprir as diretrizes.
Obrigatório x Opcional
O protocolo é bastante extenso, mas vou te citar alguns exemplos: entrada da loja; é preciso que os carrinhos sejam higienizados a cada uso. Álcool em gel na entrada e saída da loja. E um funcionário álcool 70% na mão do consumidor. Dentro da loja; nas áreas setorizadas temos que colocar produtos pré fatiados para que não haja fila. Já no caixa; é necessário um distanciamento de 1 metro e meio marcado no solo, no chão da loja. Precisa obrigatoriamente o acrílico da operadora de caixa do consumidor. Além dos equipamentos de proteção para os funcionários.
Oscilação de gostos
Logo quando a covid-19 chegou no Brasil, as pessoas correram para pegar papel higiênico. Foi algo fora de proporção. Mas depois desse primeiro momento, notamos que os produtos que mais ganharam espaço foram o mel, produtos de higiene e limpeza, alimentos congelados, bebidas e sucos e doces.
Sacola Plástica
Foi uma briga difícil. A mudança de comportamento não é fácil e os consumidores entenderam essa necessidade. A gente está num processo de tirar o plástico de circulação. Temos a lei dos canudos, lei das sacolas e teremos de plástico uso único. A gente não está satisfeito com 2 bilhões de plástico por ano. Queremos reduzir muito mais. É um processo. Se a gente parar por aqui não é legal. Tiramos 75% de plástico. Somos um dos setores que impactam muito nessa história do plástico. Começamos a desenhar uma nova etapa e não tenho dúvida que será mais uma a ser enfrentada.
Fonte: Veja Rio online