Participação da indústria de alimentos no consumo de sódio no Brasil é de 23,8%
A principal origem de ingestão de sódio pelo brasileiro é o sal de cozinha, que representou 71,5% do total do nutriente ingerido no País, entre 2008 e 2009. A conclusão pertence ao estudo Cenário do Consumo de Sódio no Brasil, recém-elaborado pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação - ABIA, com base em dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF (2008-2009) e da Pesquisa Anual de Serviços (2009), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
A parcela restante do sódio consumido pela população brasileira, tanto nos domicílios como nas refeições fora do lar, teve origem no nutriente contido nos alimentos industrializados (13,8%), no pão francês (6,0%), nos alimentos in natura (4,7%) e nos alimentos semielaborados (4,1%).
O estudo também conclui que, no período analisado, cada brasileiro consumia, diariamente, 1,031 quilos de alimentos e 4,46 gramas de sódio no Brasil, o correspondente a 11,38 gramas de sal, se aplicada a conversão de 1 grama de sódio para 2,55 gramas de sal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde - OMS, o consumo diário de sal não deve ultrapassar 5 gramas.
Participação da indústria
Ainda de acordo com o estudo, os produtos da indústria da alimentação foram responsáveis por apenas 23,8% do total da ingestão de sódio no País, o correspondente ao consumo diário per capita de 1,06 gramas do nutriente ou 2,71 gramas de sal.
O trabalho reconheceu como responsabilidade da indústria da alimentação a ingestão de sódio pelo brasileiro por meio de todo e qualquer produto produzido ou beneficiado pelo setor, independentemente do grau de processamento do alimento e se o sódio contido em sua composição é intrínseco ou foi adicionado no processo de fabricação, o que inclui os alimentos industrializados, os alimentos semielaborados e o pão francês.
Para Edmundo Klotz, presidente da ABIA, as constatações feitas por esse estudo, que denotam uma menor participação da indústria no consumo de sódio no Brasil, não alteram o esforço do setor para reduzir esse nutriente dos alimentos processados.
"A indústria de alimentos tem plena consciência de seu dever e responsabilidade de ofertar ao consumidor alimentos seguros, com qualidade e melhoria contínua do perfil nutricional, o que significa, também, diminuir o teor de sódio dos produtos do setor", afirmou Klotz. "Os acordos firmados entre a ABIA e o Ministério da Saúde para a redução gradual de sódio em, até aqui, nove categorias de alimentos permanecerão recebendo a mesma dedicação e investimentos da indústria, com objetivo de que sejam atingidas todas as metas definidas", concluiu.
Consumo regional
A região Norte registrou o maior volume de consumo de sódio do País. Entre 2008 e 2009, cada nortista consumia 5,41 gramas de sódio por dia, o correspondente a 13,80 gramas de sal. O alto índice de ingestão desse nutriente na região se deve principalmente à adição de sal de cozinha no preparo dos alimentos, que atingiu o volume de consumo diário de 10,87 gramas por habitante.
A segunda região com maior consumo de sódio diário, por habitante, no Brasil foi o Centro-Oeste, (5,26 g), seguido pelo Sul (5,06 g), pelo Nordeste (4,47 g) e, finalmente, pelo Sudeste (3,8 g).
A participação da indústria da alimentação no consumo de sódio da população foi maior no Sudeste, onde os produtos do setor foram responsáveis pela ingestão de 29,6% do nutriente consumido na região. Em seguida vieram o Sul (22,3%), o Nordeste (22,1%), o Norte (17,9%) e o Centro-Oeste (14,9%).
Para o endocrinologista e cientista da Universidade de São Paulo, Alfredo Halpern, chama à atenção a baixa participação do alimento processado no consumo de sódio nas regiões com alto índice de ingestão do nutriente.
"O Norte e o Centro-Oeste apresentaram os maiores índices de consumo de sódio no Brasil. No entanto, as participações dos alimentos processados na ingestão do nutriente nessas duas regiões foram as mais baixas do País", observou Halpern. "Esses dados deixam evidente a necessidade de uma campanha para a redução da adição de sal no preparo e no consumo dos alimentos dirigida, primordialmente, ao consumidor brasileiro", concluiu.
Consumo de Sal Per Capita / Regiões do Brasil
Consumo nas classes de renda
A classe A registrou a maior ingestão de sódio no Brasil, com consumo diário per capita de 5,04 gramas, seguida pela classe C (4,41 g), pela classe D (4,35 g), pela classe B (4,29 g) e, finalmente, pela classe E (4,02 g).
A participação da indústria da alimentação no consumo de sódio da população também foi maior na classe A, onde os produtos do setor foram responsáveis pela ingestão de 33,2% do nutriente consumido no País.
A classe B registrou o segundo maior índice de responsabilidade dos alimentos processados pelo consumo de sódio, com 29,6% de participação, seguida pela classe C (22,9%), pela classe D (19,6%) e, por fim, pela classe E (17,2%).
Para Klotz, o estudo mostra que o poder aquisitivo é um item de menor relevância entre os fatores responsáveis pelo alto consumo do nutriente. "A ingestão de sódio do consumidor nas classes de renda apresentou variação de apenas 25,2%, enquanto o desvio registrado no consumo regional foi de 54,3%", explica o presidente da Abia.
Para acessar o estudo completo clique aqui.
Mais informações pelo telefone 11 3030-1380, falar com contate Dorothy Camacam ou pelo e-mail dorothy@abia.org.br
Abia
Fundada em 1963, a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) é hoje representante de mais de 70% do setor em valor de produção. Sua principal missão é servir de interlocutor das empresas associadas junto a instituições públicas e privadas, governo e órgãos internacionais.
Dentre suas preocupações estão: assegurar uma legislação adequada às constantes evoluções tecnológicas do alimento processado; incentivar o uso de melhores técnicas de produção; promover o fortalecimento econômico-financeiro do setor; e estimular o desenvolvimento da indústria da alimentação no Brasil, com foco no interesse do consumidor e na defesa do meio ambiente.
Indústria Processadora de Alimentos
Um dos maiores setores em valor bruto de produção da indústria de transformação. Faturou, em 2012, R$ 431,6 bilhões, sendo R$ 353,6 bilhões em alimentos e R$ 77,9 bilhões em bebidas.
No ano passado, exportou US$ 43,4 bilhões e importou apenas US$ 5,6 bilhões. Trata-se de um dos mais relevantes setores para a geração de saldo comercial positivo, atingindo em 2012 US$ 37,8 bilhões, muito acima do saldo comercial da economia brasileira como um todo, de US$ 19,5 bilhões.
Emprega atualmente 1,63 milhão de profissionais e dirigiu investimentos no ano passado da ordem de R$ 11,1 bilhões. Processa em média 57% da produção agrícola brasileira.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA)