O Greenpeace publicou recentemente o relatório Carne ao Molho Madeira, no qual analisa as políticas de compra de carne bovina por parte das sete maiores redes varejistas do Brasil. O diagnóstico é assustador. Nenhuma das empresas atingiu o patamar verde, que corresponde a um percentual acima de 70% e mensura a garantia de segurança contra alimentos contaminados, desmatamento e violência no campo.
“Isto quer dizer que quase toda carne adquirida em supermercados vai parar nas mesas dos brasileiros sem qualquer transparência sobre a origem destes produtos”, adverte Mauro Ambrósio, sócio da área de sustentabilidade da BDO, uma das Big 5 do setor de auditoria e consultoria do país.
O documento reforça a importância de se colocar em prática programas de auditoria e gestão de sustentabilidade nas empresas. “O consumidor tem cada vez mais valorizado as marcas que assumem um compromisso de oferecer um produto com certificação de qualidade. Por isso, é urgente que todos os envolvidos na cadeia produtiva se preocupem mais com seus fornecedores, o que permitirá agregar valor à cadeia produtiva desde o pasto até a gôndola”, comenta Ambrósio.
O Greenpeace apela para que os supermercados assumam um compromisso público de comprar e vender somente carne livre de desmatamento, além de apoiar e fornecer ferramentas para os frigoríficos que ainda não se comprometeram com o Desmatamento Zero. Outra recomendação é divulgar os resultados de uma auditoria anual e independente, que comprove a eficiência do seu sistema para checar o cumprimento dos critérios socioambientais de seus fornecedores.
A BDO faz a auditoria de dois dos maiores frigoríficos assinantes do Pacto de Desmatamento Zero do Greenpeace, a JBS e a Minerva, por meio da verificação de toda a documentação e acompanhamento in loco quando necessário. “O objetivo é assegurar que a empresa segue todos os procedimentos constantes no Termo de Referência assinado entre as partes”, explica Ambrósio.
Veículo: Portal Segs