Por meio de entrevistas realizadas com empresas de todo o Brasil, verificou-se que se trata de uma cadeia produtiva que gera emprego, renda e negócios.
Com o objetivo de mapear a indústria brasileira de reciclagem de plásticos, foi realizado levantamento inédito abrangendo, desde as cooperativas até os recicladores, além dos pontos de entrega voluntária de recicláveis (PEVs). O trabalho foi realizado pela FIA (Fundação Instituto de Administração), em todo o Brasil. Para tanto, foram contatadas mais de 4.700, entre PEV’s, entidades e empresas. Dessas, 169 recicladoras industriais efetivamente responderam ao questionário. O objetivo foi verificar a estrutura das empresas, tempo de mercado, empregabilidade, faturamento, além dos tipos de plástico com que atuam e suas impressões sobre o mercado.
A checagem revelou que se trata de uma indústria madura. 75% delas têm mais de 11 anos de mercado, 14% têm entre 6 e 10 anos, 6% entre 4 e 5 anos e 4% até 3 anos. Do total, 34% são pequenas (faturamento de R$ 120 mil/ano a R$1,2 milhão/ano), 31% são médias (faturamento de R$1,2 milhão a 12 milhões/ano), 24% são microempresas (faturamento até 120 mil/ano), 6% são grandes empresas (faturamento acima de R$12 milhões/ano) e 2% são cooperativas. Em número de funcionários, 29% das empresas têm entre 21 e 50 pessoas, 23% acima de 50 colaboradores, 19% de 6 a 17 pessoas, 17% de 11 a 20 e 12% até cinco funcionários.
Entre os tipos de plásticos reciclados, 63% das empresas entrevistadas atuam com vários tipos, 22% só reciclam Polietileno (PE), 8% somente Polietileno Tereftalato (PET), 5% apenas Polipropileno (PP) e 2% só reciclam Poliestireno (PS). Das empresas entrevistadas, 3% fazem exclusivamente a moagem, 63,3% delas fazem a granulação (pelletização) dos recicláveis, e 33% chegam à fase de reprocessamento e transformação.
Sobre a origem do material a ser reciclado, parte vem de cooperativas (28% em número de empresas e 48% do volume), parte do comércio atacadista (16% em número de empresas e 9% do volume) e parte industrial (41% em número de empresas e 36% do volume). Esse material é comprado 44% com várias apresentações, 16% sujo e prensado, 11% limpo e solto, 11% moído, 10% limpo e prensado e 8% sujo e solto.
Os empresários entrevistados avaliaram o mercado em 2014. 66% acreditam que o mercado piorou em relação ao ano anterior, 16% acreditam que está estável e 18% apontaram que melhorou. Também se manifestaram sobre o preço do material reciclado em 2014. 65% dos entrevistados disseram que o preço foi reduzido, 25% declararam estável e 10% que o preço aumentou. Diante desse cenário, 71% dos entrevistados declararam que não planejaram investimentos para 2015/2016 e 29% disseram que sim, investiriam nos anos de 2015/2016.
Apesar da intenção de investimento parecer pequena, está acima da média da indústria brasileira. Segundo o professor Leandro Fraga, coordenador desta pesquisa, o número é significativo, uma vez que à mesma época, a média de intenção da indústria nacional em investir ficava abaixo deste patamar, ao redor de 19%, segundo o especialista. “Trata-se de uma cadeia produtiva que se desenvolve com seus próprios recursos e poderia fazer ainda mais se contasse com apoio público ou privado”, disse.
Mapeamento dos pontos de entrega de recicláveis – O trabalho de pesquisa da FIA foi realizado em duas frentes. Além da pesquisa sobre a reciclagem do plástico, foi feito o mapeamento georreferenciado dos PEVs (Pontos de Entrega Voluntária). Foram cadastrados 1.936 pontos, em 61 cidades de 20 estados brasileiros, que podem ser acessados via aplicativo ou pela internet.
O APP “Reciclagem de Plásticos” permite ao usuário acessar rapidamente o endereço do PEV mais próximo de sua casa ou estabelecimento comercial. As buscas pelo PEV ou por recicladores podem ser feitas por meio do CEP, nome de rua e, no caso dos aplicativos para celular, por georreferenciamento automático, quando o aparelho possuir essa função.
Ao clicar no ícone do símbolo da reciclagem, o usuário acessará um box com o nome e endereço do posto, além de informações como os materiais plásticos recolhidos naquela unidade: PET, PEAD, PVC, PEBD, PP, PS e outros tipos de materiais como aqueles procedentes de produtos como CDs e DVDs, carcaças de eletrodomésticos, carcaças de computadores e eletroeletrônicos em geral, autopeças etc.
Os dados podem ser acessados gratuitamente pelo APP “Reciclagem de Plásticos”, que está disponível para download aos usuários de smartphones com sistema iOS e Android, ou via internet: www.reciclagemdeplastico.org.br
Tanto o mapeamento de PEVs, quanto o levantamento sobre a indústria de reciclagem fazem parte das ações do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), que tem como um de seus pilares difundir as vantagens do plástico com intuito de mostrar à sociedade de soluções que esse material oferece para vida moderna.
Sobre o PICPlast
O PICPlast - Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico, é uma iniciativa, criada em 2013 pela ABIPLAST - Associação Brasileira da Indústria do Plástico e pela Braskem, que prevê o desenvolvimento de programas estruturais que contribuam com a competitividade e crescimento da transformação plástica, incluindo investimentos para aumentar as exportações de produtos transformados, incentivo à inovação e o reforço na qualificação profissional e na gestão empresarial.
Sobre a Braskem
A Braskem é a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, com volume anual superior a 20 milhões de toneladas, incluindo a produção de outros produtos químicos e petroquímicos básicos, e com faturamento anual de R$ 54 bilhões. Com o propósito de melhorar a vida das pessoas, criando as soluções sustentáveis da química e do plástico, a Braskem atua em mais de 70 países, conta com 8 mil integrantes e opera 40 unidades industriais, localizadas no Brasil, EUA, Alemanha e México, esta última em parceria com a mexicana Idesa.
Sobre a ABIPLAST
A Associação Brasileira da Indústria do Plástico - ABIPLAST representa o setor de transformados plásticos desde 1967, atuando para aumentar a competitividade da indústria. Para isso, realiza ações que promovem novas tecnologias, novos processos, pesquisa de produtos com foco na sustentabilidade, entre outras. A ABIPLAST representa atualmente 11.559 empresas que empregam um total de 326.000 mil pessoas.
Fonte: Assessoria de comunicação da FIA (USP)