A pandemia causada pelo novo coronavírus afetou diretamente os pequenos negócios. Quase 90% deles sofreram queda no faturamento desde março, segundo pesquisa do Sebrae. Para tentar ajudar os empreendedores nesse momento, o instituto Consulado da Mulher, da marca Consul, oferece mentorias individuais por dois meses para mais de 200 mulheres que tenham negócios na área de alimentação.
As inscrições para uma nova turma foram abertas na última segunda-feira, 22, e ficam disponíveis até o domingo. Na primeira turma, 105 empreendedoras foram assessoradas por executivos da Whirlpool, dona da Consul, Brastemp e KitchenAid. Uma delas foi Maria Alzira Menezes, de 56 anos, dona do Cozinha de Mãe, estabelecimento que vende salgados e refeições caseiras em Manaus.
Com a ajuda da mentora Allyne Magnoli, diretora de marketing da Whirlpool, a empreendedora mudou a logomarca do negócio e montou novas opções de combo para os produtos, aumentando o tíquete médio de cada compra.
“Na pandemia fiquei dias sem vender, até que decidi fazer os kits. Vendo pelo menos um por dia, faço por 25 reais”, conta a empreendedora. A estratégia deu resultados: o Cozinha de Mãe conseguiu aumentar seu faturamento de 700 para 2.000 reais por mês em plena crise. “No final do dia não tive que fazer quase nada, ela já tinha muita ideia, eu só dei um empurrãozinho”, diz a Magnoli.
Menezes está tendo aulas no Consulado há um ano. Ela conta que foi lá que aprendeu a aprimorar seu processo de produção e a focar na apresentação dos produtos, com embalagens e etiquetas personalizadas. “Agora estamos aprendendo a calcular preço. Já tenho até uma reserva para fazer um salário para mim, a gente vai aprendendo a se organizar financeiramente”, diz a empreendedora.
Nas oficinas, as empreendedoras aprendem conceitos de empreendedorismo, educação financeira, marketing e sustentabilidade. O Consulado trabalha há 18 anos apoiando mulheres em seus negócios — já foram mais de 35.000 beneficiadas e 1.138 projetos apoiados pelo país. “A mulher multiplica o impacto positivo que ela recebe, investe no contexto familiar, por isso o projeto é focado em mulheres”, diz Leda Borger, diretora do instituto.
Fonte: Exame