Do potencial para a realidade, tecnologia já vem sendo incorporada pelo varejo americano para melhorar experiência de compra e aumentar vendas
Por Renato Müller
A Inteligência Artificial (IA) é o assunto mais presente nas discussões sobre estratégia e tecnologia no varejo – e essa não é exatamente uma novidade. Mas o fato é que essa não é uma tecnologia para o futuro: segundo um estudo da Grocery Doppio, neste ano, 69% das vendas de alimentos no mercado americano foram influenciadas por meios digitais ao longo da jornada (descoberta, inspiração, pedidos, retirada, cupons de descontos) e 73% dos executivos do setor esperam que recursos de IA estejam em parte ou na totalidade das tecnologias que serão usadas em 2025.
Ainda assim, somente 28% dos entrevistados acreditam que usarão a IA de forma efetiva daqui a dois anos. As razões que impedem uma adoção mais produtiva da tecnologia? Falta de orçamento (citado por 71% dos entrevistados), dificuldade de medir o ROI (69%) e dados ou ferramentas abaixo do necessário (63%).
Do lado de quem está apostando pesado na tecnologia estão gigantes como a Kroger. O CEO da empresa, Rodney McMullen, afirmou recentemente que a IA terá um papel essencial na estratégia da companhia. “Aplicando personalização com base em IA, poderemos entender melhor o que realmente importa para nossos clientes e entregaremos experiências mais focadas e eficientes”, comentou, durante um call de apresentação de resultados trimestrais.
Já a Instacart, gigante online de tecnologia, tem a IA como um aspecto central de sua estratégia de crescimento. “Acreditamos que o futuro do varejo não é online ou offline, e sim uma mistura de ambos. E para que esse futuro aconteça, ele precisará ser turbinado pela Inteligência Artificial”, afirma Asha Sharma, COO da empresa.
Um exemplo de uso da tecnologia pela companhia são os CaperCarts, carrinhos de compra impulsionados por IA (e usados pelas redes parceiras da empresa) que identificam automaticamente os itens escolhidos pelos clientes e permitem que o checkout seja feito de qualquer lugar da loja, inclusive para itens manipulados, como refeições prontas e itens de deli.
A adoção do ChatGPT, por sua vez, tem permitido que a empresa processe milhões de solicitações dos clientes por dia, incluindo para mais de 550 marcas de varejo, a partir de perguntas abertas feitas diretamente no mecanismo de busca dos sites. Já nos aplicativos desenvolvidos pela empresa, a tecnologia ajuda o varejo a informar a posição de estoque dos itens desejados pelos clientes, obter detalhes nutricionais sobre sua cesta de compras e acessar descontos e promoções (online ou na loja física).
Redação SuperHiper