Uma tendência cada vez mais forte no varejo é a substituição dos caixas físicos por self check outs, ou seja, máquinas nas quais é possível pesar, registrar produtos e pagar sem estabelecer contato com nenhuma outra pessoa. Para ajudar os varejistas a identificar se essa alteração é mesmo a melhor alternativa, a Seed, empresa de inteligência com sede em São Paulo, desenvolveu um sistema capaz de monitorar as filas formadas em estabelecimentos varejistas, aeroportos, bancos e órgãos governamentais.
Conforme o CEO e fundador da Seed, Francisco Forbes, as filas exercem forte impacto nas taxas de conversão, ou seja, elas podem fazer com que o cliente desista da compra. "A empresa precisa evitar a perda dessas vendas que já estão muito perto de ser concretizadas. Afinal, antes de chegar até a fila o cliente tomou várias outras decisões, entre elas a escolha e análise do produto", observa.
O sistema funciona por meio de sensor e câmera instalados no teto da loja e capazes de captar a extensão da fila até o balcão. As imagens e informações são transmitidas para a central de atendimento da Seed e podem ser acessadas pelo proprietário do estabelecimento via internet, mediante ao cadastro de um login e senha. Dessa maneira, o empresário consegue obter informações como o tempo médio de permanência na fila, além das taxas de desistência do consumidor.
Os dados podem ser utilizados para balizar a tomada de decisão dos gestores. "Os elementos conseguem ajudar o varejista a definir se a admissão de novos atendentes é realmente necessária e quais os melhores horários para os intervalos dos funcionários. Como cada loja e tipo de negócio tem um comportamento diferente, essas resoluções precisam ser feitas caso a caso", ressalta o executivo.
O sistema pode, inclusive, determinar se o self check out é a opção mais recomendada. Isso porque, dependendo do local onde ele for instalado, o varejista pode aumentar o tempo do atendimento e a insatisfação do cliente, em vez de agilizar e reduzir os custos. "Em uma área da cidade onde há forte concentração de idosos, as filas podem aumentar ainda mais com o self check out. Então, é necessário medir também a eficiência desses caixas", alerta.
A tecnologia foi lançada em maio e já está disponível para todo o Brasil. O valor investido, segundo Forbes, não é relevante, uma vez que o sistema é o desdobramento de uma outra tecnologia presente há mais tempo no portfólio da empresa. Em Minas Gerais, a empresa já conquistou clientes no varejo, mas pretende levar a tecnologia a bancos, aeroportos, farmácias, supermercados e órgãos governamentais.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG