Novas diretrizes sobre emissão de gases sintéticos nocivos ao meio ambiente e alternativas para substitui-los em sistemas de refrigeração do varejo foram os temas da abertura do Workshop Abras
* Giseli Cabrini
Palestrantes do painel HCFC: Rogério Marson (Eletrofrio), Stefanie Von Heinemann (GIZ), Magna Luduvice (MMA), Paulo Neulaender (ABRAVA) e Aroldo Lima (Cia Zaffari)
Novas diretrizes sobre emissão de gases sintéticos nocivos ao meio ambiente e alternativas para substitui-los em sistemas de refrigeração do varejo foram os temas da abertura do painel de abertura do Workshop Abras, realizado nesta terça-feira, 8 de novembro, em Atibaia (SP).
“Não há como promover crescimento econômico sem olhar para o planeta. A sustentabilidade é um assunto que já faz parte da vida do supermercadista e vai impactá-la cada vez mais”, disse o presidente da Abras, Fernando Yamada.
No painel HCFC, que abriu o evento, a gerente de Proteção de Camada de Ozônio do MMA (Ministério do Meio Ambiente), Magna Luduvice, alertou os presentes sobre a importância do mais recente acordo firmado em 15 de outubro, em Kigali (Ruanda), para a eliminação dos gases sintéticos nocivos ao meio ambiente. O pacto prevê a definição de um teto para as emissões de HFCs (hidrofluorcarbonetos) utilizados nos sistemas de refrigeração, que serão reduzidas gradualmente pelos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Primeiramente, os acordos previam a CFCs (clorofluorcarbonos), na sequência dos HCFCs (hidroclorofluorcarbonos), bastante conhecido no setor como R-22.
Em seguida, foi a vez do gerente de Engenharia da Eletrofrio, Rogério Marson, abordar novas tendências e soluções adotadas por varejistas na Europa e Estados Unidos para se adequar aos pactos globais em relação à redução e eliminação de gases sintéticos como HCFCs e HFCs. O destaque está no retorno às origens dos sistemas de refrigeração, ou seja, adotar gases naturais como: amônia, propano e CO2.
Já a gerente de projetos da GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH), Stefanie Von Heinemann, detalhou as ações realizadas pela agência de cooperação internacional alemã em parceria com o setor supermercadista para reduzir a contenção e redução de vazamentos de HCFCs, cuja utilização está sendo drasticamente reduzida no País. O pilar principal da iniciativa é a capacitação dos funcionários.
O gerente geral de Manutenção e Obras da Cia Zaffari Bourbon, Aroldo Lima, fez uma retrospectiva da experiência do grupo voltada a substituir gases sintéticos pelos naturais e os resultados obtidos. “Atualmente, já são utilizados 64% de fluidos naturais em nossos sistemas de refrigeração. Estamos avançando para a inauguração de duas unidades com CO² subcrítico”, afirmou.
No encerramento do painel, o vice-presidente de Meio Ambiente da ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento), Paulo Neulander, abordou o impacto financeiro da eliminação do uso do HCFC-22 nos equipamentos de refrigeração do varejo. “Já estamos na fase dois desse processo e, na sequência, teremos de eliminar os HFCs. A capacitação técnica é o principal desafio para que essa transição do uso de novos fluidos nos equipamentos de refrigeração seja feita com sucesso.”
Saiba mais sobre este tema na edição de dezembro de SuperHiper, que trará a cobertura completa do Workshop e Convenção Abras.
* Giseli Cabrini, especial para revista SuperHiper, publicação oficial do setor