A Coca-Cola Brasil pretende reciclar 60% das garrafas PET que utiliza já no primeiro semestre do ano que vem, por meio da construção de uma unidade de reciclagem. A empresa está apenas esperando a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de sua homologação para usar esse tipo de tecnologia. "É um investimento razoável. Mas como aconteceu com o alumínio, no início o processo é caro. Depois, ganha escala e será, no futuro, como as latinhas hoje, totalmente recicladas", diz o vice-presidente de comunicação e sustentabilidade da Coca-Cola Brasil, Marco Simões.
O local para a fábrica ainda não foi definido, mas o investimento, segundo José Mauro de Moraes, diretor de meio ambiente da Coca-Cola, deve ser de R$ 35 milhões para uma unidade que processaria, anualmente, 25 mil toneladas de garrafas usadas e produziria 20 mil novas unidades. A empresa, explica Simões, usará o sistema chamado de "bottle to bottle" ou BTB ou (garrafa a garrafa), liberado pela Anvisa em 18 de março deste ano. Por essa tecnologia, o PET passa por um processo de limpeza, moagem e derretimento. Após ser derretido, ele é misturado ao PET virgem, também na forma líquida, e daí são produzidas as novas garrafas.
Hoje, conforme Simões, a Coca-Cola mantém projetos de recolhimento de garrafas. Esses projetos de reutilização do PET e também a nova fábrica para reciclagem fazem parte do programa de sustentabilidade "Viva Positivamente", para o qual a companhia inicia uma campanha publicitária a partir do próximo domingo. O "Viva Positivamente" está dentro do orçamento de investimentos de R$ 1,5 bilhão para 2008 anunciado pela empresa no início do ano.
"Estamos mantendo esse cronograma de investimento até dezembro", diz o vice-presidente, se referindo a possíveis reflexos da crise financeira agravada esta semana pela falência do banco americano Lehman Brothers. Para o ano que vem, entretanto, a companhia não revela o quanto investirá. "Não vamos colocar o pé no freio. Mas não sei exatamente qual será nosso ritmo de crescimento", afirmou Simões.
A Coca-Cola terá, em outubro, o mexicano Xiemar Zarazúa no lugar de Brian Smith, há seis anos como presidente no Brasil. Smith irá assumir a Coca-Cola México, maior mercado da empresa no mundo, fora dos EUA. Zarazúa, que há dois anos preside a unidade América Central e Caribe, tem formação diferente da de Smith, segundo Simões. "O Brian tem uma grande experiência internacional. Foi importante para a virada que a empresa deu nesses anos, com o lançamento de novos produtos e aquisições. Já o Zarazúa é mais forte na questão operacional. Será importante para sustentar tudo o que a Coca-Brasil expandiu nesses anos."
Veículo: Valor Econômico