Talvez impulsionada pela entrada na União Europeia e pela bolha de prosperidade criada por ela, a Espanha foi berço, nos últimos anos, de uma geração de vinhos lançados a preços absurdos, sem muita relação com a sua performance no copo.
Acalmada a euforia, parece que os vinhateiros ibéricos voltaram a colocar os pés no chão, apresentando goles um pouco mais adequados ao bolso dos mortais, como alguns que acabaram de estrear por aqui.
Entre eles, estão os da José Pariente, adega familiar da região de Rueda, no centro-oeste do país. A enóloga, Victoria Pariente, filha do fundador, modela lá belos brancos, vinhos frutados, sem madeira, como o Verdejo 2008 (cascas cítricas, frutas brancas, toques minerais) ou o sauvignon blanc, outro 2008, amplo em boca, unindo mel, frutas tropicais, grapefruit e mexerica num paladar vivaz, com boa acidez (ambos 90/100, R$ 75).
Menção também para um tinto, o Viñedos Viejos 2006, da Bodegas Peique, outra casa familiar, mas de Bierzo.
Localizada mais ao norte, Bierzo é a região da mencia, uva que molda rubros sedutores, como esse, amadurecido em barricas de carvalho francês, russo e americano, complexo (framboesas, baunilha, tabaco, chocolate), sedoso e persistente (91/100, R$ 95, todos na Decanter, tel. 0/xx/11/3073-0500).
Veículo: Folha de S.Paulo