Produção mineira de bebidas deverá fechar o segundo semestre com expansão de 8%, prevê sindicato.
A indústria mineira de bebidas deverá registrar crescimento de 8% na produção neste semestre frente ao mesmo período de 2011. O resultado positivo é reflexo do incremento na demanda por cervejas especiais no país. Somente nas microcervejarias do Estado, a expansão estimada na mesma base de comparação é de 20%.
A melhoria nos resultados dos fabricantes de cervejas especiais está associada também aos investimentos dos empresários do segmento em busca de aumento da capacidade produtiva. As informações são do presidente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindbebidas-MG), Cristiano Lamêgo.
O crescimento do segmento de bebidas em um momento em que a indústria de um modo geral está em desaceleração é respaldado na elevação do poder aquisitivo da população.
Antes havia uma predominância no consumo das bebidas industriais que, por terem uma produção em larga escala, se caracterizam pelo baixo preço. Agora, as cervejas especiais têm ganhado espaço e registrado aumento de demanda na mesma proporção do crescimento da nova classe média no país. "Na medida em que a renda tem melhorado, a gastronomia ganhou mais espaço nas prioridades dos consumidores. E as cervejas especiais se harmonizam perfeitamente com uma série de pratos requintados", afirma.
A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) tem em torno de dez microcervejarias, conforme estimativas do sindicato. Em todo o Estado, são aproximadamente 15.
Elas produzem por mês cerca de 700 mil litros de cerveja especial. Com o aumento da demanda, o segmento está investindo para incrementar a capacidade produtiva. "Minas Gerais é considerada hoje a Bélgica brasileira, porque tem o maior número de cervejas lançadas a cada ano. E a tradição dos mineiros de bares torna o ambiente no Estado mais propício", afirma.
A microcervejaria Falke Bier, com sede em Ribeirão das Neves, na RMBH, é uma das que está em plena expansão. Segundo o proprietário da empresa, Marco Antônio Falconi, o investimento na ampliação da planta será de R$ 1 milhão. Com o aporte, a capacidade produtiva será quintuplicada. As obras vão ser iniciadas em setembro e deverão durar até fevereiro de 2013. Com isso, a expectativa é que o faturamento mensal de R$ 40 mil aumente na mesma proporção assim que a fábrica estiver funcionando a pleno vapor. Para este ano, a expectativa é de um aumento de cerca de 20% no faturamento.
Já a produção de refrigerantes, sucos e água mineral não tem crescido na mesma intensidade que a de cervejas. Na Mate-Couro, com fábrica em Belo Horizonte, o fechamento do primeiro semestre foi 3% inferior ao segundo, conforme o gerente de Vendas, Lazio Divino Pinto. Ele explica que um dos principais fatores que levaram ao resultado negativo é a alta carga tributária, que tira a competitividade do produto nacional. Mesmo com os primeiros seis meses em baixa, a expectativa para o segundo semestre é de produção 5% maior do que no mesmo período de 2011.
No caso da cachaça, única bebida destilada fabricada no Estado, a produção deste ano deverá ficar em patamares próximos aos registrados no ano passado, segundo Lamêgo. Em Minas Gerais, o volume anual produzido é de 250 milhões de litros. A quantidade representa metade do que é fabricado em todo o país.
A dificuldade de crescimento na produção da cachaça no Estado se explica pelo alto índice de informalidade do segmento, que impede a realização de ações conjuntas ou criação de marcas fortes regionais. Para se ter uma ideia, Minas tem atualmente 600 produtores legalizados e 8 mil informais. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o faturamento real da indústria de bebidas teve uma alta de 5,69% no primeiro semestre frente ao mesmo período de 2011. O uso da capacidade instalada do setor foi de 61,64% em junho.
Veículo: Diário do Comércio - MG