O aperto no bolso de parte dos europeus, trazido pela crise econômica, provocou redução nas exportações brasileiras de cachaça para o Velho Continente nos sete primeiros meses deste ano.
Grécia e Portugal tiveram as maiores retrações nas compras, enquanto a Espanha manteve o volume do ano passado. Já a Itália, um dos principais importadores do produto, elevou em 23% as compras em relação a 2011. A Itália também passa por problemas econômicos.
A queda nas exportações ocorre mesmo com a desvalorização do real, de 8% neste ano em relação ao dólar, o que torna as vendas externas mais competitivas.
Até mesmo a Alemanha, tradicional líder na importação de cachaça, comprou menos produto brasileiro.
Os alemães importaram 1,3 milhão de litros de janeiro a julho, 34% menos do que em igual período anterior. Os gastos alemães caíram para US$ 1,45 milhão no período.
Se os europeus importam menos, os norte-americanos aumentam as compras da bebida, pagando mais.
A importação feita pelos EUA somou 420 mil litros até julho, ou US$ 1,3 milhão. Os gastos dos norte-americanos subiram 33% no período.
Os países da América do Sul também foram importantes para o mercado brasileiro de cachaça. O Paraguai, quarto maior importador da bebida brasileira, elevou em 14% as compras, que atingiram US$ 706 mil. Os argentinos, embora com participação menor no mercado brasileiro (347 mil litros), elevaram em 60% as compras neste ano.
Os exportadores conseguem também avançar no mercado asiático e no Oriente Médio. Os Emirados Árabes elevaram em 122% as compras, enquanto a China aumentou o volume deste ano para 17 mil litros.Pé no freio As exportações de etanol estão com forte recuo no início deste mês. As vendas somam 7 milhões de litros por dia útil, 63% menos do que as de julho e 46% inferiores às de agosto de 2011, segundo dados da Secex.
Veículo: Folha de S.Paulo