Venda da Tiger à Heineken pode desencadear dissolução da F&N

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A concordância da Fraser and Neave (F&N) em vender sua fatia na divisão de cerveja Tiger à Heineken poderá desencadear uma dissolução do conglomerado de Cingapura, num momento em que empresas interessadas fazem uma seleção de seus imóveis e divisões de refrigerantes.

O conselho de diretores da F&N vai recomendar a oferta da Heineken, de 50 dólares de Cingapura por ação, pela Asia Pacific Breweries (APB) a seus acionistas, informou a empresa na sexta-feira.

A compra da participação de 40% da F&N na APB, com ações negociadas na Bolsa de Cingapura, dará à cervejaria holandesa acesso ao controle de sua principal distribuidora na Ásia. Deixará também os maiores acionistas da F&N, as cervejarias Thai Beverage e Kirin, ilhadas numa empresa dominada por shoppings, flats e construções industriais que poderão atrair a incorporadora CapitaLand, disse a Religare Capital Markets.

A Kirin diz estar interessada na F&N por seu setor de alimentos e bebidas, enquanto a Coca-Cola estuda uma oferta pela divisão de bebidas da F&N, disseram fontes do setor. "A F&N pode estar mais aberta a se desfazer da parte restante da divisão de bebidas", agora que aceitou a oferta da Heineken, disse Goh Han Peng, analista da DMG & Partners, de Cingapura.

A partir de suas origens como vendedora de água com gás, a F&N começou a produzir cerveja em 1931, ingressou no setor de incorporação imobiliária em 1990 e começou a operar na área editorial e de impressão em 2000.

A Asia Pacific Breweries, controlada por uma joint venture entre a Heineken e a F&N, produz a Heineken e a Tiger em mercados que vão desde a Indonésia até a China.

A APB foi um fator de atração fundamental para os investidores da F&N, e, sem ela, a Kirin e a ThaiBev poderão enfrentar dificuldades para justificar suas participações no remanescente da F&N, segundo o analista Olivier Nicolai, do UBS. As duas empresas poderão registrar ganhos financeiros com a venda da APB, segundo o analista Gregory Lui, do Deutsche Bank. Lui prevê que uma venda da APB a 50 dólares de Cingapura por ação permitirá à F&N e seus acionistas computar ganhos extraordinários "significativos" e dividendos especiais de cerca de US$ 2,71 por ação.

Com quase 15% da F&N, o ganho da Kirin com a venda da APB será de cerca de US$ 577 milhões de dólares de Cingapura (US$ 465 milhões)



Veículo: Valor Econômico




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