Entre fevereiro e julho, a participação da cerveja Heineken no Brasil passou de 0,3 ponto percentual para 0,7 ponto percentual, segundo dados Nielsen, apurados pelo Valor. Com isso, a marca holandesa se manteve à frente de Stella Artois (0,3% em julho) e Budweiser (0,5%), ambas da Ambev, que são suas principais concorrentes no restrito mercado premium nacional, responsável por apenas 0,5% do volume total de cervejas.
O avanço da Heineken no país foi destacado no balanço mundial da cervejaria holandesa, líder no mercado premium. De acordo com a companhia, no primeiro semestre de 2012, frente ao mesmo período do ano passado, as vendas da marca cresceram 40% - apesar de um cenário com "menor crescimento econômico, clima desfavorável" e reflexos do reajuste de preço por parte da indústria.
A empresa não registrou o mesmo bom desempenho, porém, com a Kaiser, adquirida em 2010 por US$ 7,6 bilhões: a participação da marca se manteve estável em 4,9% entre fevereiro e julho, apurou o Valor.
As vendas orgânicas da Heineken cresceram 4,5% no primeiro semestre de 2012, perante o mesmo período do ano passado, para € 8,77 bilhões. O lucro subiu 30%, para € 783 milhões. Em cervejas, o aumento do volume foi de 3,3%. Mas, considerando apenas o segmento premium, o aumento de volume foi da ordem de 6%.
Segundo o presidente mundial da companhia, Jean-François van Boxmeer, os mercados de África e Oriente Médio, Ásia e Pacífico e Américas "apresentaram uma excelente performance". No continente americano, a receita aumentou 8,4%, puxada pelo aumento de preços e ampliação de portfólio no Brasil, México e Caribe.
Em 30 de junho de 2012, as contingências da Heineken no Brasil somavam € 927 milhões (processos judiciais com sindicatos e com o Fisco). A empresa informa que herdou as ações da operação de cervejas da Femsa, ex-dona da Kaiser. "A Heineken acredita que a resolução final de tais processos judiciais não terá um efeito material adverso sobre sua posição financeira consolidada ou resultado das operações", informa a empresa em nota. "A Heineken não espera qualquer responsabilidade significativa a partir dessas contingências. Uma parte significativa das contingências acima mencionadas (€ 419 milhões) é relacionada a impostos e se qualificam como indenização pela Femsa."
Veículo: Valor Econômico