A ampliação do desconto para o paulistano que economizar água em sua residência deve ajudar a abrandar um pouco a inflação na cidade de São Paulo nos próximos meses. A avaliação é do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas. O economista, no entanto, pondera que o alívio pode ser minimizado pelo avanço dos preços de água mineral, em razão do aumento da demanda por causa da estiagem.
De acordo com Chagas, ainda há dúvidas em relação ao abatimento e, por isso, não é possível dimensionar o impacto do desconto nas contas de água da Sabesp. Embora a proposta aprovada pela Agência Reguladora de Saneamento e energia do Estado de São Paulo (Arsesp) tenha entrado em vigor na quinta-feira passada, 23, o economista da Fipe disse que precisa aguardar o recebimento das faturas pelos consumidores para saber se o desconto será embutido a partir das contas de novembro ou dezembro. "Só quando o consumidor receber a conta é que será incorporado ao IPC, que é pelo regime de caixa", explicou.
Na semana passada, a Arsesp autorizou a Sabesp a ampliar o desconto por economia de água. O imóvel que tiver redução de 10% a 15% no consumo terá um desconto de 10%. Já quem diminuir o gasto de água entre 15% e 20% terá uma redução na fatura de 20%. O cálculo é feito em relação à média de consumo dos 12 meses que vão de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014. A medida se junta a uma outra em que a Sabesp contempla o consumidor com desconto de 30% na fatura para quem reduzir o consumo de água em 20%.
Água mineral
Na terceira quadrissemana de outubro (últimos 30 dias terminados no dia 22), o item água e esgoto apresentou deflação de 0,18% e a expectativa de Chagas é que continue caindo. Por outro lado, ressaltou, a estiagem prolongada parece estar refletindo nos preços de água mineral, que avançaram de 1,53% para 3,20% nesta pesquisa. Além da água mineral, bebidas em geral devem permanecer com preços em alta, disse. Na terceira medição, as bebidas não alcoólicas subiram 1,15%, enquanto as alcoólicas tiveram aumento de 2,94%.
Por sua vez, o grupo Habitação, do qual os itens acima fazem parte, teve inflação de 0,17%, depois de deflação de 0,05%. "O grupo também subiu por conta de eletroeletrônicos (alta de 0 29%), que esperávamos queda", disse, acrescentando que o movimento pode estar associado ao crescente aumento da procura nesta época do ano por esses produtos. Já o IPC ficou em 0,37% (de 0,34%).
Veículo: Diário de Pernambuco