Empresário cria primeiro clube de refrigerantes do País

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Se você nunca experimentou o Guaraná Jesus, certamente tem curiosidade de provar a famosa bebida cor-de-rosa fabricada no Maranhão. Entretanto, quem está fora daquele Estado terá dificuldade para encontrar o tradicional refrigerante, cujo sabor remete a iguarias como cravo e canela.

Pensando em disseminar os refrigerantes regionais pelo Brasil, o empresário Johnny Navarro, 48 anos, de Diadema, lançou no dia 6 o Clube Refri, loja virtual que enviará, mensalmente, kit com seis unidades de marcas diferentes da bebida para os assinantes, que pagam entre R$ 43,90 e R$ 49,90 para receber os produtos em casa, em todo o território nacional. Ele garante que é a primeira iniciativa do tipo no Brasil. “Eu arriscaria dizer que somos pioneiros no mundo, inclusive”, diz.

Em menos de um mês, cerca de 40 pessoas já contrataram o serviço. Johnny considera que, com 150 clientes, será possível atingir o ponto de equilíbrio da empresa. Entretanto, a meta dele é bem mais ambiciosa. Pretende chegar a 2.000 assinantes em um ano.“O investimento inicial foi na ordem de R$ 50 mil, entre estoque e contratação de tecnologias, como marketing digital e gestão do site (www.cluberefri.com.br)”, comenta. Sua equipe conta com sete pessoas, incluindo Johnny e sua noiva, Andreza Fabiano, que é sócia do Clube Refri.

A participação dela foi fundamental para o surgimento da ideia. “Eu trabalhei durante 21 anos em uma empresa, também de Diadema, como gerente de contratos e suprimentos. Eu viajava o Brasil inteiro a trabalho, e ela sempre me pedia para que eu trouxesse algum refrigerante típico da região que tivesse visitado. Então, começou a participar de comunidades em redes sociais sobre esse tema, o que nos familiarizou com o assunto”, lembra.

Ele deixou o emprego em setembro do ano passado. Foi aí que o casal começou a pensar em empreender. Mais do que isso, em investir em uma área que os dois já conheciam bem. “Além de gostarmos bastante, percebemos que há uma carência nesse mercado, porque quem está fora da área onde a fábrica está instalada não consegue adquirir os produtos.”Amante de cervejas, Johnny é assinante de clubes virtuais da bebida. Então, resolveu utilizar esse formato para a sua empresa. O pagamento é feito por cartão de crédito e mensalidade já inclui o frete.

Entre os rótulos que serão enviados aos participantes estão o de exemplares inusitados, como o Abacatinho, fabricado em Ubá, Minas Gerais. A Gasosa Paranaense tem a framboesa como ingrediente principal. A Cajuína, do Rio Grande do Norte, é preparada a partir do suco de caju e faz sucesso no Nordeste. O Sete Voltas, de Franca, no interior de São Paulo, leva tangerina e colágeno, enquanto o Mate Couro, de Belo Horizonte (Minas Gerais) é um guaraná com as ervas chapéu-de-couro e mate. Outro paulista é o Jah, de Águas de Lindóia, feito com limão e morango. “É nostálgico. Às vezes, a pessoa morava em uma cidade, precisou se mudar e nunca mais teve acesso a determinado refrigerante. Agora ficará mais fácil”, salienta o empresário. Apesar da variedade, Johnny garante que seu preferido é o Guaraná Jesus, o mais conhecido entre os regionais.

Além de matar a saudade e estimular a curiosidade, ele assegura que a iniciativa tem potencial de estimular a produção da indústria de refrigerantes.Para o futuro, o empresário já pensa em trabalhar com importações e exportações. “Brasileiros que estão morando fora já me consultaram.” Sobre a compra de importados, ele planeja trazer marcas que já foram vendidas por aqui, como 7 UP e Cherry Coke.



Veículo: Jornal Diário do Grande ABC


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