Aumento de impostos eleva diferença tributária entre produtos importados e nacionais.
Em junho deste ano, a presidente Dilma Rousseff onerou o preço de produtos trazidos do exterior, dentre eles, os vinhos. A lei, que começou a valer em 1º de outubro, subiu de 9,25% para 11,75% a taxa de PIS/Cofins para importados. A alta faz parte do pacote de ajuste fiscal, medidas tomadas pelo governo para tentar equilibrar as contas públicas. Segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a nova taxa de PIS/Cofins fez com que a carga tributária de vinhos importados passe de 75,88% para 77,78%. No caso dos vinhos nacionais, a carga é de 54,73%.
João Santos, diretor comercial da Vitivinícola Santa Maria, situada no Vale do São Francisco, que produz o Rio Sol, acredita que esse momento é uma ótima oportunidade para os produtores nacionais. “O consumidor está em busca de preços justos em meio a crise econômica, que reduz a renda do brasileiro, e a alta do dólar, que encarece os importados. Mais de 80% do espumante vendido no Brasil é brasileiro e podemos ampliar esse percentual ainda mais”, afirma. João Santos lembra que os espumantes produzidos na região são tropicais leves, frutados, para serem consumidos em altas temperaturas, o que aumenta as expectativas positivas dos produtores para o fim do ano e o período do verão. “Esperamos uma alta de 25% na venda de espumantes esse ano”, diz o diretor comercial da Santa Maria.
A diretora comercial do Grupo Famiglia Valduga, Juciane Casagrande Doro, acredita que no início de 2016 será possível avaliar melhor o impacto da alta do dólar nas vendas dos vinhos e espumantes nacionais. “Muitos comerciantes ainda têm estoques antigos e outros já absorveram toda a alta do dólar nos importados. Mas o importante, é que o consumidor já percebe que é a vez dos produtos brasileiros, e os que ainda não conhecem os vinhos e espumantes nacionais vão começar a provar e constatar a qualidade. Investimos no lançamento de dois novos produtos para esse fim de ano, o Art Rosé e o Rosé Noir”, afirma Juciane. Os espumantes representam 70% dos negócios do grupo, que fica em Bento Gonçalves (RS), no Vale dos Vinhedos. Ela destacou ainda que o aumento do turismo dentro do Brasil gerou um incremento de 25% nos negócios da pousada, dos cursos e visitações oferecidos pelo Grupo.
A Chandon cresceu 12% este ano em relação a 2014 e espera manter esse patamar no próximo ano, de acordo com a gerente de comunicação, Karina Guarita. “Com a alta do dólar haverá uma valorização do consumo interno devido ao fato de que o Brasil passa a ser também mais atraente para turista estrangeiro. Este ano, as regiões Nordeste e Norte foram as de maior crescimento em vendas do espumante Chandon. Para o fim de ano, a marca aposta nas campeãs de vendas Chandon Réserve Brut e da Chandon Brut Rosé e lançou embalagens especiais para o período de confraternizações e a chegada do verão”, afirma Karina Guarita.
Veículo: Jornal Estado de Minas - MG