Negociada para a Bélgica, ação deve gerar expansão de 45% na produção
A marca mineira de cachaça O Andante dá o primeiro passo rumo à exportação para a Europa. Com oito anos de operação no Estado, a aguardente, que já vende em todo o Brasil, aproveitou o momento de diminuição do consumo no País e de desvalorização do real para iniciar o processo de internacionalização. O Andante acaba de chegar à Bélgica e a expectativa é de que esse mercado gere um crescimento de 45% na produção do alambique e seja a porta de entrada para outros países europeus.
De acordo com o sócio, Magno Carmo Neto, o período de crise econômica acelerou o processo de exportação da marca. Isso porque, segundo ele, a recessão impactou diretamente o consumo da bebida, que diminuiu cerca de 30% a 40% em 2015, na comparação com 2014. “Nossa cachaça é artesanal, então estamos em um segmento de produto premium. Isso faz com que o impacto da crise seja maior, pois o consumidor acaba migrando para produtos similares mais baratos”, explica. Por outro lado, a taxa cambial também se tornou um fator atrativo, facilitando as negociações no exterior e possibilitando um preço competitivo para o produto.
Neto explica que a Bélgica surgiu como uma oportunidade intermediada pelo escritório Machado Rabelo Advogados, que oferece assessoria a empresas no processo de internacionalização e aposta na Bélgica como uma porta de entrada para o mercado europeu. De acordo com o advogado e sócio do escritório, Henrique Rabelo, a Bélgica tem uma combinação de fatores que a tornam um hub para produtos brasileiros. Eles são: excelência do Porto de Antuérpia, rede de distribuidores com alta produtividade e um mercado interessante com 11 milhões de habitantes com alto poder aquisitivo.
“Também sabemos que há uma demanda por destilados nesse mercado e vamos chegar com o diferencial da produção artesanal”, completa Neto. O sócio está confiante de que O Andante será bem recebido pelos europeus e destaca que a expectativa é de que só o mercado da Bélgica gere um crescimento de 45% na produção do alambique. Atualmente a marca tem uma fábrica em Papagaios, na região Central do Estado, e um centro de distribuição (CD) no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte, que vende cerca de quatro mil litros por mês para todo o País.
Segundo Neto, outros países europeus também estão na mira da marca mineira, como Holanda, França e Portugal. Ele destaca que a meta é, em três anos, multiplicar por cinco a produção da O Andante. Ele sabe que a concorrência no mercado europeu é acirrada, mas ele acredita que a marca ganhará notoriedade primeiro entre os brasileiros que moram na Europa e, em seguida, entre os próprios europeus. Ele lembra que o processo de disputa judicial pelo seu antigo nome “João Andante”, acabou trazendo bastante repercussão para a marca, que foi tema de notícias inclusive na Europa. “Não posso dizer que esse processo foi positivo para marca, mas de fato ele nos tornou mais conhecidos, o que é bom”, afirma.
Veículo: Diário do Comércio de Minas