Experiência no mundo digital com 250 mil assinantes faz a empresa dar um novo passo no varejo brasileiro
Depois de uma tentativa frustrada de abertura de capital, a empresa capixaba Wine, conhecida pelo seu clube de assinatura de vinhos, encontrou outras formas de financiar suas estratégias de crescimento. Com a emissão de R$ 120 milhões em debêntures em maio, a companhia comprou a operação da importadora de vinhos Cantu, que atende mais de 15.000 estabelecimentos no país, e agora está dedicada a expandir sua frente de atacado.
Em entrevista ao EXAME IN, Alexandre Magno, diretor de relações com investidores da companhia, disse que a Wine tem como meta que as suas frentes de assinaturas, varejo e distribuição sejam responsáveis cada uma por um terço do faturamento. Hoje, o Clube Wine, tem 250.000 assinantes e é o grande carro chefe da operação, trazendo 54,2% da receita líquida de R$ 96,9 milhões da companhia no primeiro trimestre de 2021.
Do lado de distribuição, a Cantu é a principal aposta. A Wine vai manter as operações separadas, mas quer usar sua experiência do mundo digital para impulsionar tanto as vendas da empresa adquirida como as dos supermercados clientes.
Em um primeiro momento, a companhia está trazendo as redes de supermercados que compram da Cantu para o seu e-commerce de vinhos no atacado. Mas, nos próximos meses, a empresa planeja lançar um aplicativo próprio para que os supermercados e empórios clientes possam aumentar as vendas de vinho.
“Vinho não é como frutas, legumes e verduras. Queremos ajudar nossos parceiros a aumentar o giro sem depender do cliente entrar na loja”, diz Magno. A empresa não revela muitos detalhes do que planeja para a operação digital dos parceiros, mas, segundo o diretor, o plano é criar uma espécie de marketplace que consiga aproveitar a força da marca Wine para impulsionar as vendas dos parceiros. Quase como um “Rappi dos vinhos”.
A Wine está empenhada em fazer entregas cada vez mais rápidas, para poder aproveitar a demanda dos clientes que não se planejam para beber. O marketplace dos supermercados parceiros é uma iniciativa que pode ajudar a dar essa capilaridade ao negócio, mas não é a única saída.
Desde o ano passado, a companhia está focada na expansão da sua rede de lojas físicas — com a entrada no Rio de Janeiro em meados de julho, já são 13 unidades em 11 cidades do país. A empresa capixaba lança as lojas em bairros em que já tem grande concentração de clientes, usando o ponto como um mini-estoque para agilizar a entrega dos pedidos.
Hoje, 70% do faturamento das lojas é originado no aplicativo, seja com clientes que estão na loja e optam por pagar online para conseguir desconto, ou por pessoas que estão em casa e querem receber o pedido no mesmo dia. “Os clientes estão mais propensos a comprar quando a entrega é rápida”, diz Magno.
Fonte: Exame