Credor aprova plano de recuperação judicial da Arantes Alimentos

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Credores da Arantes Alimentos aprovaram ontem, em assembleia, o plano de recuperação judicial da empresa, que tem dívidas de R$ 1 bilhão. Segundo Thomas Felsberg, advogado da companhia, o plano prevê a criação de uma nova empresa, a Nova Arantes, que ficará com os ativos da Arantes e parte dos passivos, e a emissão de debêntures conversíveis em ações.

 

Os credores quirografários (sem garantia real, incluindo financeiros), com os quais o Arantes tem dívida de R$ 600 milhões, receberão 30% de seus créditos da Nova Arantes e 30% em debêntures. Os 40% restantes serão perdoados. Felsberg explicou que as debêntures, cujo valor ainda não está definido, poderão ser convertidas em ações da companhia no caso de "evento de liquidez" (venda da empresa).

 

Para os credores com garantia real, 31% dos créditos serão pagos pela Nova Arantes e o restante será recebido na forma de debêntures. Tais dívidas somam R$ 70 milhões. Já os credores que não estão vinculados ao plano de recuperação serão pagos da seguinte forma: 70% do pagamento virão da Nova Arantes e 30% em debêntures. Nos três casos, a carência é de quatro anos, e a Arantes terá cinco anos para pagar, segundo Felsberg.

 

Só os pecuaristas começarão a receber imediatamente os seus créditos. A Arantes tem um ano para pagá-los e a outros considerados estratégicos. A dívida do Arantes com pecuaristas de Mato Grosso, Goiás, Maranhão e Minas Gerais soma R$ 20 milhões, segundo a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Com outros fornecedores, é de mais de R$ 30 milhões e com os trabalhadores, de cerca de R$ 10 milhões, segundo a Acrimat.

 

Conforme Felsberg, as debêntures serão emitidas em 90 dias e terão vencimento em sete anos, com a possibilidade de prorrogação de mais três anos.

 

O Grupo Arantes pediu recuperação em janeiro de 2009 na Comarca de Nova Monte Verde (MT). O processo foi transferido para São José do Rio Preto (SP) em março e, no mesmo mês, encaminhado para São Paulo. Voltou para São José do Rio Preto em junho passado.

 

A Arantes, que teve perdas de R$ 250 milhões com derivativos cambiais, atribui suas dificuldades à crise financeira global. Atualmente, apenas as indústrias de frango e de embutidos estão em operação.

 

Na assembleia de ontem, aprovaram o plano 100% dos credores presente trabalhistas, 100% dos credores presentes com garantia real e 65% dos quirografários presentes.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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