A União Europeia (UE) aprovou o plano de rastreabilidade e controle de medicamentos para as exportações de carne de cavalo apresentado pelo Brasil. O país é o primeiro a ter um plano aprovado pelo bloco, que passou a fazer tais exigências em maio de 2009.
Com o sinal verde europeu ao plano, a missão brasileira em Bruxelas afastou o risco de interrupção no fluxo de vendas de carne de cavalo brasileira para o mercado comunitário. O Brasil é o terceiro maior fornecedor da UE, depois do Canadá e da Argentina.
Em maio passado, Bruxelas estabeleceu requisitos adicionais para a importação da carne de cavalo, como os que já existem para a carne bovina. O bloco passou a exigir rastreabilidade e maior controle dos medicamentos dados aos equinos nos seis meses antes do abate.
O Brasil montou um plano, para se adequar às exigências, que acaba de receber a aprovação do Escritório Europeu de Alimentos, numa sinalização de que está reagindo mais rapidamente do ponto de vista sanitário para evitar novas barreiras a suas exportações.
A partir de 1º de julho, os sete frigoríficos habilitados pelo Ministério da Agricultura precisarão se adequar às novas normas, que incluem a necessidade de o animal permanecer seis meses na última propriedade antes do abate, além de o proprietário precisar elaborar uma lista com os medicamentos veterinários utilizados no período.
A aprovação do plano, no entanto, pode enfrentar resistência. Em recente entrevista ao Valor, o professor Roberto Arruda de Souza Lima, do Departamento de Economia da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq/USP) disse que rastrear as exportações de cavalos no Brasil é algo muito difícil, pelo fato de não existir uma criação comercial no país. Segundo ele, a carne vendida é proveniente de animais descartados do uso diário das fazendas.
A aprovação europeia representa um importante avanço para o Brasil, já que a UE é o principal destino do produto nacional. As exportações recuaram 10% em 2009, em parte pelas restrições impostas pelo bloco. Em 2008, o Brasil exportou 8.500 toneladas de carne de cavalo para a UE, o Canadá, 13.700 toneladas e a Argentina, 13.200 toneladas.
Veículo: Valor Econômico