Produtores preveem melhora.
O preço médio do frango vivo em Minas Gerais continua apresentando queda. Nos primeiros quinze dias de maio, a média do valor de comercialização do quilo do frango girava em torno de R$ 1,39. O resultado mostra recuo de 13,56% na comparação com igual mês do ano anterior e queda de 1,33% na comparação com a média registrada em abril. A movimentação negativa verificada nos preços contrariou as expectativas dos representantes do setor, que acreditavam na valorização do produto devido à proibição da produção de frangos temperados e congelados.
Diante da retração dos valores, a expectativa é que o mercado recupere os preços no decorrer de junho. A posição se deve ao término do prazo para a comercialização, pelos abatedouros avícolas, dos estoques de frango congelado levemente temperado, que foi encerrado no último dia 15.
Com a medida, a expectativa é que a oferta do produto apresente retração no mercado interno, o que promoverá o aumento nos preços. A estimativa é que preços do quilo do frango cheguem a R$ 3, valor suficiente para cobrir custos do produtor, que giram em torno de R$ 1,60, e gerar lucro.
Segundo o presidente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Alfeu Silva Mendes, os impactos da proibição da venda do frango temperado serão favoráveis tanto para o setor como para o consumidor. O líqüido utilizado pelos abatedouros para temperar a carne representa cerca de 25% do peso final da ave temperada, o que além de favorecer a redução dos custos, reflete nos preços finais ao consumidor. Enquanto isso, o frango sem tempero perde competitividade por ser mais caro.
Consumo - "A suspensão das vendas é um fator importante para o desenvolvimento da cadeia produtiva. Os preços finais do frango temperado são mais competitivos porém o consumidor é lesado por pagar por uma quantia maior de líqüidos ao invés de carne. Acreditamos que a falta do produto no mercado vai equilibrar a oferta e incrementar os preços", disse Mendes.
A valorização esperada é 100% no valor do quilo do frango que passará da média de R$ 1,40 para no mínimo R$ 2,80. "Mesmo com aumento expressivo, acreditamos na manutenção do consumo, uma vez que os clientes pagarão pela carne e não pelo líqüido", disse Mendes.
Um fator que tem deixado os produtores do Estado otimistas é a recuperação dos preços das exportações, o que é essencial para despertar o interesse das indústrias em retomarem as negociações com o mercado internacional e reduzir a oferta de carne de frango no mercado interno.
Em Minas Gerais as exportações de carne de aves apresentaram variação positiva em relação ao preço por tonelada ao longo do primeiro quadrimestre. Entre janeiro e abril, a alta foi de 30,8% passando de US$ 1,09 mil a tonelada, preço vigente entre janeiro e abril de 2009, para US$ 1,430 mil por tonelada.
O volume embarcado recuou 4,46%. Ao todo foram enviados ao exterior 41,9 mil toneladas contra as 43,95 mil toneladas exportadas no primeiro quadrimestre de 2009. A receita gerada com os embarques no período foi de US$ 60 milhões, alta de 24,97% frente os US$ 48 milhões obtidos em igual período do ano passado.
O dólar cotado próximo a R$ 1,80 é considerado satisfatório para o segmento, porém o ideal é que o valor atingisse R$ 2. Os resultados do setor, até o final do ano, poderão ser favorecidos pelo aumento do preços do frango e também pela redução nos custos com a alimentação das aves.
Veículo: Diário do Comércio - MG