Preços em alta e retomada de exportações estimulam investimentos nos rebanhos
A pecuária bovina gaúcha vive um momento de recuperação, depois de uma fase de “vacas magras”. Os abates oficiais no Estado devem crescer entre 10% e 15% este ano, frente ao total de 1,45 milhão de cabeças abatidas em 2009, estima o presidente do Sindicato da Indústria da Carne e Derivados no Estado (Sicadergs), Ronei Alberto Lauxen. “O produtor está mais estimulado e fez investimentos, e a expectativa é continuar crescendo”, observa.
O desestímulo anterior era reflexo do fechamento de mercados depois dos focos de febre aftosa registrados no Mato Grosso do Sul e do Paraná em 2005 e da crise financeira internacional, que deprimiu os preços e desestimulou o produtor. Isso se refletiu em menos animais para o abate, com dificuldade inclusive para abastecer o mercado interno.
Mas desde o ano passado o setor assiste a uma melhora. O preço do boi bateu um recorde em 2009, chegando a R$ 6,00 o quilo da carcaça. “A expectativa é de uma elevação de preços na primavera, em função da retomada das exportações”, prevê o consultor de pecuária da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Fernando Adauto. Isso se um novo fator mundial não atrapalhar. O receio agora vem da Grécia, que pode reduzir o consumo.
Outra modificação neste ano é a concentração de empresas frigoríficas, a partir do arrendamento de plantas do frigorífico Mercosul para o Grupo Marfrig. A situação tem prós e contras, avalia o consultor Hyberville Paulo D’Athayde Neto, da Scot Consultoria. “A concentração de mercado diminui o poder de barganha dos pecuaristas, mas também facilita as inspeções e reduz a informalidade, além de habilitar mais facilmente para a exportação”, analisa.
Veículo: Jornal do Comércio - RS