EUA vão exigir mais testes para detectar resíduos em carne

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No rastro das negociações para retomada das exportações de carne processada brasileira aos Estados Unidos, as autoridades sanitárias americanas informaram ao governo que passarão a exigir testes laboratoriais para outras substâncias de medicamentos veterinários usados no rebanho bovino.

 

As vendas nacionais do produto foram suspensas no fim de maio, por iniciativa do Brasil, justamente em razão da descoberta de resíduos da substância ivermectina no produto final embarcado pela JBS S.A. Desde então, o Brasil negocia com os EUA alterações na metodologia utilizada para a detecção de resíduos de medicamentos e garantias para a correção de problemas descobertos em frigoríficos, fazendas e indústrias veterinárias.

 

A nova exigência dos EUA passará a valer após a retomada das vendas de carne processada brasileira ao parceiro comercial, o que deve ocorrer somente na segunda semana de agosto, conforme fontes do Ministério da Agricultura. Uma missão veterinária dos EUA virá ao país para avaliar a eficácia e os resultados do plano de ação adotado pelo Brasil em todos os frigoríficos habilitados a exportar carne aos americanos.

 

O Ministério da Agricultura espera concluir, até o fim desta semana, cerca de 500 testes laboratoriais em andamento. Para isso, um batalhão de especialistas foi mobilizado em vários laboratórios para garantir o cumprimento do prazo. O limite estatístico para a detecção de inconformidades foi fixado em 1% das amostras totais. E o governo se esforça para garantir esse teto, mas há dificuldades de manter os resultados positivos dentro desse estreito limite.

 

Algumas amostras teriam ficado acima do limite perseguido pelas autoridades brasileiras, informam fontes do governo. Em alguns casos, novos testes estão sendo conduzidos na tentativa de melhorar a performance laboratorial. Em outra frente de ação, a resolução do problema causado pela ivermectina deve levar o governo a mudar o foco de controle e fiscalização na cadeia produtiva.

 

Hoje centrado na auditoria das instalações de frigoríficos, o foco deve migrar para a linha de produção das indústrias veterinárias. Haverá um controle mais rígido de processos e produtos, seguindo o exemplo adotado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para regular a produção de medicamentos de uso humano. O objetivo é fechar o cerco à importação de medicamentos genéricos, sobretudo daqueles fabricados na China.

 

Diante da determinação do governo, o lobby da indústria já começou sua mobilização para garantir blindagem ao produto fabricado no Brasil. O Ministério da Agricultura já havia anunciado a disposição de reavaliar registros de medicamentos, além de alterações para obrigar os fabricantes a deixar mais claros os avisos sobre prazos de carência para uso de produtos.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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