Missão americana aprova carne de boi brasileira

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Avaliação de técnicos, depois de examinar produto cozido, é que o sistema de segurança alimentar do País é semelhante ao dos EUA

 

Depois do imbróglio em maio com a carne de boi cozida brasileira, que foi barrada nos Estados Unidos por exceder o nível máximo permitido do vermífugo invermectina, a missão americana que esteve no Brasil para inspecionar plantas e frigoríficos voltará hoje com a avaliação de que o sistema de segurança alimentar doméstico é similar ao dos EUA.

 

A retomada das exportações, no entanto, ainda deverá demorar. Oficialmente, a decisão sairá em até dois meses, mas o Ministério da Agricultura está otimista com a volta do aval americano mais cedo.

 

"Falam em até 60 dias, mas geralmente vem antes", comentou ontem o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério, Nelmon Costa, que esteve reunido com representantes da missão americana. "Estamos nessa expectativa positiva e tudo o que sabemos é que estamos no caminho certo, mas não queremos criar expectativa em relação a prazos", desconversou.

 

A missão do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS, na sigla em inglês) chegou ao Brasil em 31 de agosto e, de acordo com o ministério brasileiro, considerou que os inspetores brasileiros estão habilitados a fazer as auditorias. Além disso, teria analisado que o sistema de inspeção nacional é organizado. Os técnicos estiveram em unidades produtivas e laboratórios de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo.

 

A visita esteve intimamente relacionada com a detecção de um lote com vermífugo acima de 10 partes por bilhão (ppb) em músculo - máximo permitido nos EUA. Na ocasião, o próprio governo brasileiro optou por suspender a comercialização do produto. Mas depois, quando considerou que a situação já estava contornada, os americanos anunciaram que gostariam de fazer a avaliação deles antes de reabrir seu mercado. Desde então, a comercialização está parada.

 

Plano de ação. Depois do problema, o Ministério da Agricultura elaborou, com a iniciativa privada, um plano de ação que começou a ser adotado em junho. Entre as normas está a seleção, pelos frigoríficos, de fornecedores de carne bovina que respeitam o período de carência do uso da ivermectina, desde a aplicação de um medicamento, até o abate dos animais.

 

"O plano está sendo executado; não ficou dúvida em relação a isso", disse Nelmon Costa.

 

Além disso, uma série de exames com quase 500 amostras de carne está sendo realizada por meio desse plano. O diretor garantiu que, depois da adoção das medidas, nenhuma amostra apresentou teor acima do permitido nos Estados Unidos.

 

Costa salientou que a venda de carne termoprocessada brasileira não é grande em volume ou valor, mas é um mercado significativo porque serve de vitrine para o resto do mundo. No total, 22 unidades estão habilitadas a vender esse produto para os EUA.

 

Alguns frigoríficos se comprometeram a adotar o procedimento para a carne termoprocessada que é enviada para a União Europeia, depois que o Brasil também apresentou o mesmo problema com o bloco econômico.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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