Sociedade civil pede rotulagem de salmão

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Representantes da sociedade civil americana exortaram ontem a FDA - agência de fiscalização de remédios e alimentos dos Estados Unidos - a exigir que o salmão geneticamente modificado, em análise pelo órgão, seja rotulado, caso seja aprovado para consumo humano.

 

De acordo com esses representantes, trata-se de um direito do consumidor saber que uma modificação genética foi realizada no animal. Para a AquaBounty, a empresa que desenvolveu a espécie transgênica e a submeteu à FDA, o salmão modificado tem sabor, textura, cor e odor iguais ao do peixe convencional.

 

"É necessário rotular, até porque se há um problema na gôndola é possível rastrear a sua origem", afirmou Michael Hansen, cientista-sênior do Consumer Union. Ele era um dos presentes na audiência realizada ontem na FDA para compilar sugestões de rotulagem do peixe.

 

Em documentos divulgados antes da audiência, a FDA concordou com os argumentos da empresa de que não há diferença biológica relevante entre o salmão geneticamente modificado e o convencional, assim como há garantias razoáveis de que o seu consumo não trará malefícios.

 

Se a FDA aprovar a comercialização de salmão transgênico, será a primeira vez que o governo permitirá animais geneticamente modificados para consumo humano. O peixe transgênico tem um gene que ativa um hormônio de crescimento, originalmente do salmão-rei, que acelera o desenvolvimento no primeiro ano de vida. Também contém um fragmento do DNA de peixe-carneiro americano que ajuda a ativar o gene do salmão-rei. Ele cresce duas vezes mais rápido que a variedade convencional, e para de crescer quando atinge o tamanho normal.

 

Críticos, no entanto, têm duas grandes preocupações: a segurança desse alimento à saúde humana e os efeitos do novo salmão ao ambiente. Segundo eles, como esse animal nunca foi consumido antes, poderá incluir alergênicos perigosos.

 

Ainda não está claro também se os consumidores terão apetite para o novo peixe. A transgenia é amplamente usada para culturas agrícolas, mas o governo americano ainda não tinha considerado permitir animais modificados para consumo.

 

Se aprovado, o salmão deverá estar no varejo em dois anos, segundo estimativa da empresa.

 

Veículo: Valor Econômico


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