Disponibilidade interna de carne de frango está em expansão e deverá chegar a 9,146 mi/t neste ano.
O aumento da disponibilidade de carne de frango no país está interferindo negativamente na composição dos preços pagos aos avicultores de Minas Gerais. De acordo com avaliação da consultoria Safras & Mercado, apesar do alojamento do Estado ter sido reduzido em 7% ao longo do primeiro trimestre, os preços vêm mantendo trajetória de queda.
De acordo com o analista sênior de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o alojamento de pintos em Minas, entre janeiro e março, totalizou 102 milhões de cabeças, frente às 110 milhões de cabeças produzidas em igual trimestre do ano anterior, o que representa queda de 7%.
Ao contrário de Minas Gerais, a disponibilidade interna de carne de frango no país está em crescimento e deverá chegar a 9,146 milhões de toneladas neste ano, o que representa alta de 4,62% frente às 8,743 milhões de toneladas ofertadas no ano passado, segundo estimativa divulgada pelo Instituto de Pesquisas Agroeconômicas Safras & Mercado.
O aumento da oferta de carne no país é devido à expectativa de incremento na produção, que está sendo estimulado pela redução dos custos com a atividade, que sofreram quedas após expansão da oferta de milho e soja. A consultoria estima que a produção possa alcançar 12,855 milhões de toneladas de carne de frango neste ano, superando em 1,66% às 12,645 milhões de toneladas registradas em 2012.
"Com a maior oferta de milho e farelo de soja neste ano, que resulta em menores custos ao avicultor, o setor já iniciou processo de ampliação da produção de carne de frango", comenta Iglesias.
Exportações - Outro fator que impactou na ampliação da oferta é o recuo significativo na previsão de exportações. Iglesias ressalta que as perspectivas para as exportações de carne de frango não são muito otimistas para o decorrer do ano, pois os indicativos são de discreto crescimento do consumo mundial.
Além disso, diz o analista, o preço médio da carne de frango brasileira também aumentou no mercado internacional. Em 2012, em dólar, ficava na casa de US$ 1,90, mas neste ano esse valor já saltou para US$ 2,10.
Segundo Iglesias, apesar do recuo na produção mineira, os preços pagos pelo quilo do animal vivo no Estado estão em queda. A justificativa é o maior ingresso da produção de outros estados, principalmente do Paraná, no mercado mineiro.
"A região Sudeste é a maior consumidora de carne de frango e isso desperta o interesse de outros estados, como o Paraná, que é o maior produtor do país. Para ser ter uma ideia, o alojamento no Estado sulista ao longo do primeiro trimestre somou 388 milhões de cabeças, frente às 377 milhões produzidas em igual período do ano passado. Com a redução das exportações, o mercado de Minas Gerais, assim como demais estados da região, se torna atrativo", diz.
Conforme Safras & Mercado, os preços pagos pelo quilo do frango vivo em Minas Gerais registraram forte retração ao longo de abril e, com isso, a situação dos avicultores voltou a se complicar. Entre os dias 1º e 26, o recuo nos valores chegou a 19,14%.
Em Minas, os preços pagos pelo quilo do frango vivo, no dia 26, estavam em torno de R$ 1,90, valor 19,14% inferior aos R$ 2,35 registrados nas negociações feitas no início deste mês. No mesmo período, o quilo do frango vivo no Paraná era negociado a R$ 1,70.
"O preço do frango vivo no Paraná é mais competitivo para as indústrias que, em muitos casos, optam por adquirir o produto do Estado, impactando diretamente na oferta no mercado mineiro", ressalta.
Veículo: Diário do Comércio - MG