O mercado do frango vivo apresentou poucas alterações no decorrer da semana no Brasil. Os preços permaneceram estáveis, enquanto que a oferta está menos abundante neste momento. "Isso se deve ao encarecimento do pinto de corte nas últimas semanas. Do ponto de vista da demanda não deve haver grande consumo durante a segunda quinzena, pois o recebimento da massa salarial se concentra na primeira quinzena do mês", afirma o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Iglesias.
Para ele, o mercado tende a apresentar maior fluidez apenas no próximo período de virada de mês, que conta com o recebimento da massa salarial. O quilo do frango vivo permaneceu em R$ 1,80 em São Paulo, sem alterações entre esta e a semana passada. No mercado integrado do Rio Grande do Sul, preço estabilizado em R$ 1,90. Em Santa Catarina, a cotação seguiu em R$ 1,95, na integração.
Em evento realizado nesta semana, em Florianópolis (SC), o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, disse que acredita em uma retomada de bons negócios nas exportações de carne de frango brasileiras, após a recuperação dos preços no mercado internacional.
Segundo ele, as empresas estiveram trabalhando desde o ano passado com bons volumes de estoques armazenados, que aguardavam uma recuperação dos preços para serem direcionados ao mercado externo, o que deve acontecer a partir de agora.
No mercado interno, a desoneração de impostos adotada pelo governo também deve contribuir para tentar alavancar as vendas de proteína animal, cujos preços ficaram mais caros a partir da alta nos preços das commodities agrícolas. "Sentimos a queda na demanda interna por carne de frango e, diante da conjuntura complicada, o setor adotou medidas para desacelerar a produção", analisa.
Martins ressalta que a queda verificada nos últimos meses para a carne de frango está relacionada também ao consumo mais efetivo de outras proteínas animais, que também baixaram de preço, como a carne bovina, ou mesmo peixe, que é bastante demandado no período da Quaresma. "A partir de agora, como em abril foi registrado um dos menores alojamentos de pintos de corte dos últimos anos e, com uma oferta também restrita de ovos férteis, tudo indica que o setor poderá indicar sinais de recuperação", destaca.
Já o presidente da Cooperativa Agroindustrial (Coopavel), Dilvo Grolli, fez o alerta de que o Brasil precisa ajustar a produção de frango ao perfil de demanda. "O país exportou menos no primeiro quadrimestre deste ano em relação a 2011 e 2012, o que indica uma retração na demanda externa", disse.
Dilvo sinaliza que a perspectiva é de uma produção de frango da ordem de 12,8 milhões de toneladas neste ano, com uma exportação de 3,8 milhões de toneladas. "Mesmo com o registro de uma escassez da oferta de ovos e de pintinhos, temos visto as câmaras frias lotadas de frango e isso tem acontecido porque eles têm saído do campo com um peso maior frente a outros anos, fruto dos avanços em genética, nutrição e manejo", explica.
Veículo: Diário do Comércio - MG