A Marfrig, segunda maior empresa do setor de bovinos no Brasil, vai manter estratégia iniciada com a venda da Seara Brasil, de redução de custos e expansão de margens, para voltar a dar lucro em 2014, disse o futuro presidente da companhia, ao comentar os resultados trimestrais. A empresa espera em breve igualar custos e receita, alcançando o ponto a partir do qual ela poderá apresentar lucro em suas operações.
"Nós vamos ter que manter a expansão da margem. Tem que continuar um processo de contenção de custos importante e depois trabalhar no maior item que impacta a empresa, que é a despesa financeira... Mantendo estas variáveis, o breakeven e o lucro, é claro, virão", disse Sérgio Rial, que assumirá a presidência da empresa no início de 2014.
A empresa teve crescimento das vendas e melhora das margens em todas as unidades, o que contribuiu para que o prejuízo fosse reduzido para R$ 194 milhões no terceiro trimestre, contra R$ 479 milhões do trimestre anterior. A companhia foi ajudada pela transferência de dívidas, após a venda da Seara Brasil para a JBS.
O efeito da variação cambial das dívidas transferidas foi de 62 milhões de reais positivos no trimestre. As despesas financeiras sobre as dívidas transferidas geraram R$ 40 milhões. Desta forma, o prejuízo líquido ajustado no terceiro trimestre ficou em R$ 92,5 milhões.
O balanço deste trimestre é o primeiro depois da conclusão da venda de sua unidade de aves, suínos e processados para a JBS, operação feita com a meta de reduzir o alto endividamento da companhia.
A JBS, maior empresa de carnes do mundo, comprou a Seara Brasil, divisão de aves e suínos da Marfrig, em junho, em operação que envolveu a assunção de R$ 5,85 bilhões em dívidas e levou a empresa à liderança global na produção de aves.
Ganho operacional
O bom desempenho de todas as unidades da companhia, tanto em bovinos no Brasil quanto em aves e processados no exterior, contribuiu para a melhora do desempenho operacional, com um crescimento de 34% no Ebitda, avaliou a Marfrig.No segmento de bovinos, a empresa teve um crescimento de 10% na receita líquida, puxado, sobretudo, pelo aumento das exportações, com um câmbio favorável e o bom desempenho do mercado interno.
Rial afirmou que o processo de redução de custos incluiu melhor aproveitamento da capacidade das unidades de abate, cujo uso da capacidade instalada atingiu 75% neste trimestre, contra menos de 70% nos trimestres anteriores.Neste último trimestre, a companhia teve 55 por cento de sua receita oriunda de outras moedas que não o real, lembrou o executivo.
Veículo: DCI