Período de festas e injeção do 13º salário no varejo devem favorecer consumo de carne de porco em Minas Gerais
A aproximação das festas de final de ano deverá aquecer a demanda pela carne suína em Minas Gerais já nesta última semana de novembro, quando o varejo começa a investir nas compras para atender os consumidores finais. Para o período, também é esperada valorização da carne, o que vai garantir a rentabilidade para os suinocultores. O pagamento do 13º salário é um dos fatores importantes para estimular o consumo do produto.
De acordo com o vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna, as expectativas em relação às datas comemorativas são muito positivas uma vez que o consumo de leitoas e alguns cortes, como pernil e lombo, são tradicionais no Estado.
"As festas de Natal e de Réveillon são importantes datas para o setor, que sempre apresenta maior demanda que as demais datas comemorativas ao longo do ano. Devido ao atual cenário econômico, não tem como estimar qual será o incremento, mas, ao que tudo indica, os resultados serão favoráveis", disse.
Mesmo com a expectativa de aumento da demanda neste fim de ano, os suinocultores mineiros não planejam aumentar o plantel, o que evitará maior volume de carne no mercado, com a oferta podendo superar a demanda e gerando queda nos preços. Os investimento será no aumento da produtividade, o que pode ser obtido com a melhor utilização dos recursos e investimentos em tecnologias e no bem-estar animal.
"A orientação da Asemg é para que os suinocultores invistam na qualidade e no aumento da produtividade. Dessa forma, conseguimos manter a demanda equilibrada ao consumo e os preços cobrindo os custos de produção", explicou.
Preços - Com a tendência de aumento da demanda para o último mês do ano, a expectativa é que o quilo do suíno vivo seja negociado entre R$ 4,6 e R$ 4,8, valores suficientes para cobrir os custos de produção e garantir margem de lucro aos suinocultores.
Segundo Cardoso Penna, após apresentar valor recorde entre outubro e a primeira quinzena de novembro, R$ 5,15 o quilo do animal vivo, os preços recuaram para R$ 4,60 na terceira semana de novembro, queda de 11,95%.
"Esta queda observada nos preços não era esperada pelo setor. Acreditamos, que com o pagamento da primeira parcela do 13º salário até o final do mês, a demanda será novamente aquecida e os preços serão sustentados em níveis que garantirão a rentabilidade".
O receio do setor está em torno dos custos de produção, que estão em torno de R$ 3,80 por quilo do suíno vivo, e poderão aumentar. De acordo com o representante da Asemg, ao longo das últimas semanas, os preços do milho e do farelo de soja, principais insumos da atividade, tiveram valorizações significativas. O atraso no plantio da safra 2014/15, devido às chuvas tardias, é um dos fatores que poderá contribuir para a limitação da oferta dos grãos e para a elevação dos custos.
"Estamos preocupados e avaliando os rumos do mercado. Em pouco tempo, a saca de 60 quilos do milho, que era negociada em média a R$ 22,50, passou para R$ 30, elevando os custos da atividade. No caso do farelo de soja, em Minas Gerais, além da menor oferta, os custos com o transporte estão elevados, já que os caminhões estão ficando muito tempo nas filas antes de serem carregados. No momento, o suinocultor precisa ficar atento à gestão e planejar bem as compras, o que evitará prejuízos".
Veículo: Diário do Comércio - MG