Pesquisa - Dieese e Secon mostram o que aconteceu com os preços em 2014
Pesquisas realizadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecômicos (Dieese/PA) em conjunto com Secretaria Municipal de Economia de Belém (Secon) divulgadas ontem evidenciam que a maioria dos pescados comercializados em mercados municipais de Belém no último mês de 2014 apresentaram aumento nos preços. O balanço de janeiro a dezembro do ano passado aponta também aumento de preço em quase todas as espécies pesquisadas, como a sardinha, cujo preço subiu cerca de 241%. Os dados são ainda menos empolgantes para o consumidor, pois a exemplo de anos anteriores, até a Semana Santa a tendência é de mais aumentos nos preços de peixes comercializados não só na Região Metropolitana de Belém, mas de todo o Pará.
Para os 12 meses de 2014 as pesquisas conjuntas do Dieese/PA com a Secon mostram não só que a maioria dos preços de peixes tiveram alta, assim como foram aumentos superiores à inflação estimada para o mesmo período, que foi de 6,5%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2014, os maiores reajustes foram verificados nos preços do cação, com alta de 65,42%; traira, com preços que subiram 55,6%, e bagre, espécie que teve alta de 28,59%. Entre as espécies com recuo nos preços destacam-se a piramutaba, que baixou 7,94% e o curimatã, espécie com maior queda: 2,12%.
No mês passado quase a totalidade dos pescados monitorados nos mercados municipais de Belém apresentou elevação nos preços. Os maiores reajustes foram nos valores das espécies pirapema, com alta de 19,54%; arraia, que subiu 14,52%; filhote, com alta de 12,04% e tucunaré, que teve crescimento de 11,44%. Em dezembro poucas espécies apresentaram quedas nos preços, como o cação que teve recuo de 8,68% e a piramutaba, com queda de 5,63%.
A dona de casa Carmem Ruth, disse se sentir confusa sobre como na Amazônia cheia de rios, o preço do peixe pode subir tanto. A consumidora que prefere as proteínas da carne branca, reitera que com a alta nos valores, o jeito é trocar as espécies por outras mais em conta. “Se não dá para comprar um quilo de dourada, faço o almoço lá de casa com a gó que é mais barato. O que não dá é uma papa-xibé ficar sem o peixinho. A carne também está cara”, completa.
Várias podem ser as causas que justifiquem tais aumentos rotineiros e até abusivos, entretanto, segundo informações do Dieese/PA, apesar de avanços, o Estado sofre com “falta de política mais ampla, que abranja de forma macro toda a cadeia do pescado, da produção até a comercialização do produto”.
Desde junho de 2013 as pesquisas do pescado na capital estão sendo realizadas semanalmente em conjunto pelo Dieese/PA e a Secon, em função de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Prefeitura Municipal de Belém (PMB) e o Dieese. As pesquisas abrangem a coleta de preços dos 38 tipos de pescados mais consumidos, além de camarão regional e caranguejo.
Veículo: O Liberal - PA