A brasileira JBS, maior produtora de carnes do mundo, avalia que os preços do gado no Brasil, em patamares recordes, já começaram a arrefecer, enquanto as fracas exportações de carne bovina a partir do País no primeiro trimestre já estão se recuperando
Segundo o presidente executivo global da JBS, Wesley Batista, a unidade de carne bovina do Brasil teve um primeiro trimestre "bastante desafiador", com os preços "firmes" do gado e exportações caindo em uma taxa de cerca de 30% nos primeiros meses do ano, com a queda do petróleo afetando economias de importantes destinos, como a Rússia. De acordo com ele, isso gerou "pressão nos preços internacionais" e também "sobreoferta" no Brasil.
Mas Batista vê uma mudança de cenário nos próximos meses, ante uma condição da arroba bovina em níveis recordes de cerca de R$ 150 em São Paulo, com preços impulsionados, em parte, pela baixa disponibilidade de gado pronto para o abate, após o tempo seco afetar as pastagens. "Temos visto um arrefecimento nos preços de gado e recuperação nas exportações. Está mais positivo, em que pese não é crescimento, é uma queda menor nas exportações, e isso é positivo", disse Batista, durante teleconferência de resultados.
A JBS teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da unidade Mercosul, na qual está inserida o Brasil, 36,8% menor no primeiro trimestre contra um ano antes, para R$ 376,4 milhões.
Já o lucro líquido consolidado, incluindo operações nos Estados Unidos, Austrália, Argentina, entre outros países, atingiu R$ 1,4 bilhão, enquanto a receita líquida disparou para R$ 33,8 bilhões. O empresário lembrou que o lucro "líquido reflete estratégia correta de hedge cambial", que a companhia vem adotando. Segundo ele, com a perspectiva de aumento de juros nos EUA e os desafios na economia brasileira, "a JBS entende que não é a melhor política ter exposição à moeda norte-americana". /Reuters
Veículo: DCI