A abertura do mercado norte-americano à carne "in natura" brasileira poderá dar um novo ânimo à balança comercial dos dois países.
Embora sejam dois dos principais exportadores mundiais de alimentos, eles têm um fluxo comercial do agronegócio ainda pequeno.
Os EUA já gastaram US$ 3,6 bilhões com a importação de carne bovina no ano fiscal de 2015 (outubro/14 a março/15), ante US$ 2 bilhões em igual período anterior.
Com custos elevados de produção e queda intensa do rebanho nos últimos anos, os EUA ainda vão depender das importações de carne bovina nos próximos anos.
As exportações brasileiras para os EUA não deverão crescer a um ritmo forte inicialmente. Isso porque o Brasil já tem outros fortes concorrentes naquele mercado.
O importante dessa abertura é que os principais países que seguem as determinações norte-americanas nas importações de carnes, como Coreia do Sul, Japão e Taiwan, também deverão importar do Brasil. E eles são os que melhor remuneram o produto.
Ainda sem carne "in natura" no fluxo de comércio com o Brasil, os EUA importaram o correspondente a US$ 4,8 bilhões no setor de agronegócio no ano passado.
Já o Brasil importou o correspondente a US$ 1,7 bilhão dos americanos nesse período. O fluxo bilateral é baixo, mesmo com o ritmo melhorando nos últimos anos, quando três produtos elevaram as negociações entre os dois países: milho, trigo e café.
Com perda de um terço da safra de milho há três anos, os norte-americanos se abasteceram, em parte, de produto brasileiro. A produção deles voltou ao normal, e as importações cessaram.
Veículo: Folha de S.Paulo