A companhia de alimentos JBS espera que as exportações de carne bovina in natura do Brasil aos EUA deverão ocorrer apenas em 2016, apesar da expectativa do governo brasileiro de início das vendas do produto ainda este ano.
O presidente da maior empresa de carnes do mundo, Wesley Batista, afirmou que trâmites burocráticos ainda precisam ser superados para o início dos embarques.
No final de junho, os EUA deram o primeiro passo para liberar a importação de carne bovina fresca ou congelada do Brasil após restrição que durava 15 anos. A medida, segundo o Ministério da Agricultura, poderá permitir exportação de 40 mil toneladas anuais do produto. Atualmente, o Brasil exporta apenas carne processada para o mercado norte-americano.
Segundo Batista, a expectativa da JBS é de um crescimento de 2% no rebanho de bovinos para abate nos EUA no próximo ano, o que deve ajudar em parte a pressionar os preços da carne naquele país.
"Estamos vendo baixa de preço de gado bovino nos EUA por causa de aumento de oferta. Para 2016 vai ter mais estabilidade em preço ou até mesmo pressão [sobre preços] por causa da maior disponibilidade", disse o executivo.
A JBS divulgou balanço do segundo trimestre com lucro líquido de R$ 80 milhões, queda de 68% sobre o resultado obtido um ano antes e de 94% sobre os três primeiros meses deste ano.
As ações da companhia exibiam queda de 2% depois do resultado, que foi impactado por despesa financeira de R$ 2 bilhões relacionada à proteção contra variação cambial.
Batista afirmou que a "não é prudente" no momento deixar a JBS exposta ao câmbio. "Não acreditamos em hedge natural, porque isso só ocorre se você garante que o preço [dos produtos] não vai cair", disse. A empresa optou por fazer hedge cambial também para suas subsidiárias.
Batista comentou ainda que a JBS está confiante de que vai conseguir ver aprovada por autoridades dos EUA a compra da área de suínos da Cargill, anunciada no início de julho por US$ 1,45 bilhão.
Veículo: Jornal DCI