Produto possui grande potencial no mercado brasileiro
Tanto a oferta quanto a demanda pela carne suína cresceram a taxas anuais médicas de 1,6%, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), entre 2005 e 2015. Estados Unidos e China são os maiores produtores e consumidores do produto e o Brasil também está entre os maiores players mundiais, ocupando a terceira e a quarta posição como produtor e consumidor, respectivamente.
Na última década, o crescimento do mercado para carne suína no País foi superior à média mundial, registrando 4% ao ano para o consumo e 2,6% ao ano para a produção. Com relação à demanda, os números positivos foram atingidos graças à elevação da renda média da população, nos últimos anos, e à melhora da percepção de qualidade do produto.
No caso da produção, no entanto, observa-se é que ela não consegue acompanhar o crescimento do consumo. O principal fator responsável por isso, segundo os especialistas da PwC Brasil (São Paulo/SP), o sócio Maurício Moraes e o gerente de Agribusiness, Luiz Albino Barbosa, é a alta nos custos de produção, que pressionam as margens dos suinocultores. “Embora os preços tenham tido momentos de elevação nos últimos anos e atualmente não estejam nos menores patamares da série histórica, o incremento não foi constante e nem proporcional ao aumento dos custos. Isso faz com que muitos criadores saiam da atividade, impactando o volume produzido”, comentam.
O caminho para driblar essa situação e conseguir rentabilidade, segundo eles, está no controle de custos e investimentos para aumento da produtividade. Ganhos em escala e redução de tempo do ciclo produtivo são necessários para que seja possível driblar as dificuldades, cenário possível com investimentos em genética, saúde, nutrição e bem estar animal, automação, ferramentas de gestão e assistência técnica.
Essa situação acarreta em grandes oportunidades, especialmente com relação às empresas fornecedoras de insumos, serviços e tecnologias. De acordo com os especialistas, um dos grandes focos deve estar na manutenção do desenvolvimento de soluções para o manejo, como, por exemplo, o incremento de opções para automação dos processos produtivos, reduzindo a necessidade de mão de obra. Além disso, plataformas para nutrição animal e melhoramento genético são outros pilares de grande relevância, que reduzem o tempo de engorda e trazem maior qualidade ao produto.
“Tanto as empresas de insumos como de processamento devem ficar próximas dos suinocultores e se atentar as suas principais necessidades. Além disso, acompanhar as movimentações do mercado e tendências, a fim de que possam disponibilizar soluções para o criador produzir o que o cliente final quer comprar, é essencial”, contam. Essa melhor integração da cadeia, para eles, trará ganhos para todos os agentes, que juntos podem fortalecer o segmento e estar inseridos nas oportunidades de expansão do setor.
Fonte: Feed&Food