São Paulo - A exportação de carne bovina in natura e processada despencou em abril, devido aos impactos da Operação Carne Fraca da Polícia Federal e ao menor número de dias úteis, informou na sexta-feira (5) a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
No mês passado, o Brasil exportou 88.947 toneladas, queda 18% em relação ao mesmo mês do ano passado. Foi o pior resultado para um mês de abril (com 18 dias úteis) nos últimos cinco anos.
Em termos de receita, os embarques caíram 14%, para US$ 362,2 milhões.
De janeiro a abril, as exportações de carne bovina in natura e processada somam 420.435 toneladas - ou US$ 1,66 bilhão -, uma retração de 10% no volume acumulado no ano.
De acordo com a Abrafrigo, a China continua sendo o maior cliente do produto brasileiro e manteve sua estratégia de aumentar as compras diretas pelo continente e de reduzir as importações via intermediários por Hong Kong. Mesmo assim, Hong Kong continua sendo o maior comprador da carne bovina brasileira com 88,5 mil toneladas no primeiro quadrimestre, redução de 19% sobre um ano antes. Já a China aumentou as aquisições em 26,6% na comparação anual, para 64,7 mil toneladas.
Comparativamente, as maiores quedas nas importações ocorreram em Egito (-70%); Chile (-29,2%); Países Baixos (-30,9%); Reino Unido (-28,8%) e Alemanha (-24%). Em nota, a entidade explica que as quedas se devem, sobretudo, às restrições europeias à entrada do produto brasileiro depois da operação realizada pela Polícia Federal.
Ao todo, 56 países aumentaram suas importações enquanto que outros 76 reduziram.
Na véspera, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que dez países ainda precisam decidir se reabrirão seus mercados às importações de carne brasileira após um escândalo sanitário em março.
Grandes importadores de carne emitiram suspensões após a Polícia Federal brasileira revelar uma investigação sobre o suposto suborno de autoridades sanitárias por companhias processadoras de carne para omitir inspeções e ignorar abusos.
Falando paralelamente a uma conferência de soja em Cuiabá (MT), Blairo observou que os países que seguem indecisos representam "um volume muito pequeno" do mercado de exportação brasileiro.
Ele disse que os principais países compradores haviam retomado as compras após o governo responder satisfatoriamente aos questionamentos sobre a segurança dos produtos de origem animal.
"Eles aceitaram nossas considerações, nossas respostas", disse o ministro, acrescentando que discussões do governo com outros países sobre o assunto já foram concluídas.
Fonte: DCI São Paulo