Bovinos e suínos devem crescer com câmbio

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O abate de bovinos e suínos deve se beneficiar nos próximos trimestres da forte desvalorização cambial. O mercado de frango, por sua vez, terá dificuldades por conta da Operação Carne Fraca e da alta do preço do milho, principal insumo da atividade.

 

Segundo o indicador Abate de Animais, do Leite, do Couro e Produção de Ovos de Galinha, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quinta-feira (14), o abate de bovinos atingiu 7,72 milhões de cabeças no primeiro trimestre, crescimento de 4,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Suínos, por sua vez, chegaram a 10,72 milhões, um avanço de 2,3% na mesma base de comparação.

 

Para o sócio-diretor da Macrosector Consultores, Fábio Silveira, o indicador do IBGE não reflete ainda a grande desvalorização recente do real. “No próximo trimestre, apesar dos efeitos da greve dos caminhoneiros, devemos ver números melhores”, afirma. O caso dos frangos, contudo, é mais complexo. O abate das aves nos três primeiros meses do ano teve uma queda de 1,2% em relação a igual intervalo de 2017.

 

Silveira credita a piora no segmento aos efeitos da terceira fase da Operação Carne Fraca, deflagrada em março deste ano, que teria como consequência o surgimento de uma espécie de teto informal para a produção de frangos no País. “A Carne Fraca colocou um teto para a produção de frango porque os avicultores já não encontram a mesma demanda no mercado internacional.”

 

Apesar do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ter dito no ano passado que o efeito da Carne Fraca na balança comercial era “desprezível”, mais do que o fechamento de alguns países para as exportações brasileiras, Silveira destaca o dano à imagem dos produtores daqui como o principal impacto negativo. “Esse efeito de reputação não tem como recuperar tão rápido. Leva anos para ser superado”, avalia o consultor.

 

Além disso, Fábio Silveira destaca o efeito dos preços mais altos das commodities agrícolas como danoso aos avicultores. “Em que pese a desvalorização cambial, que ajudou as exportações de frango, a alta do milho e da soja atrapalhou os produtores”, conclui o especialista.

 

Fonte: DCI

 

 


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