Um descompasso preocupa os criadores de suínos em Minas Gerais. O preço para o produtor não está reagindo e o custo de produção não para de subir.
Da granja do criador Valder Caixeta, em Patos de Minas, no alto Paranaíba, saem para o abate cerca de quatro mil suínos por mês. Os animais consomem mensalmente em torno de 890 toneladas de ração. “70% do custo dessa ração é basicamente milho e farelo de soja. São dois ingredientes que vem mantendo num custo, num patamar bastante alto”, fala o criador.
Em um ano, o milho subiu 54% e o farelo, 40%. Além do gasto com a alimentação dos animais, o que está tirando o sono dos criadores de suíno em Minas Gerais é o valor recebido pelo quilo do animal vivo, que nos últimos cinco meses não cobre o custo de produção.
O preço médio do quilo do suíno pago ao produtor está em R$ 3,30, 27% a menos do que em agosto do ano passado. “Desde março até hoje recebendo R$3,30, sendo que esse mesmo quilo de produção está por volta de R$ 3,60 a R$3,80. Aí ficamos no prejuízo”, completa o criador.
Em São Paulo, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) Francisco Turra aponta a queda nas exportações como um dos motivos pra esse momento de baixa do setor. Desde dezembro do ano passado estão suspensas as vendas de carne suína para a Rússia. “Rússia, maior importador deixou de comprar – 40% ia para fora, a Rússia absorvia. E não houve aumento do consumo aqui”, fala Turra.
A estimativa é de uma queda de 12% nas exportações de carne suína brasileira este ano.
Fonte: Globo Rural