A abertura do mercado indiano para a carne suína brasileira, confirmada ontem pelo Ministério da Agricultura, foi considerada uma vitória pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
“Se por um lado é uma vitória para o Brasil, por outro é o reconhecimento da capacidade brasileira de ofertar produtos com excelência acerca da qualidade e do preservado status sanitário, especialmente neste momento em que diversas nações produtoras sofrem com incontáveis focos de peste suína africana”, disse o presidente da entidade, Francisco Turra, por meio de nota.
O fato de o Brasil não registrar casos da doença pode abrir oportunidades para a exportação da proteína em um momento complicado para o setor após a Rússia, principal destino das exportações da proteína, deixar de importar o produto do Brasil, em dezembro do ano passado. Segundo o Mapa, o mercado indiano ainda é pequeno e movimenta em torno de US$ 2 milhões. Até então, o principal fornecedor de carne suína para o país tem sido a Bélgica, que enfrenta dificuldades devido à relatos de animais infectados pela peste suína africana.
Esse cenário pode favorecer o Brasil nos negócios com a China, que também tem na Bélgica um importante fornecedor. “Pode faltar entre 2 milhões e 3 milhões de toneladas para o país asiático, que enfrenta problemas com a doença em seus planteis e também em nações que são fornecedoras”, afirmou o diretor de mercados da ABPA, Ricardo Santin, em entrevista ao DCI nesta semana. “O panorama deve mudar para o mercado de carnes até o final do ano”, destacou.
Apoio
Em nota, Turra afirma ainda que as negociações estavam na pauta das relações comerciais dos dois países há pelo menos quatro anos, a partir de um pedido feito pela ABPA ao governo brasileiro. Ainda segundo a associação, as negociações ganharam fôlego após visita do Ministro Blairo Maggi à Índia, em 2016.
“Agora, compete ao setor privado brasileiro atuar para que as exportações aconteçam e que o produto seja bem recebido pelos consumidores indianos”, comentou o ministro da Agricultura por meio de nota. A alíquota do imposto de importação para esse tipo de produto na Índia é de 30%.
No acumulado de 2018, os embarques de carne suína brasileira somam 405,4 mil toneladas, conforme o Mapa. A ABPA projetou recentemente queda entre 10% e 12% no volume embarcado total deste ano ante 2017, para 620 mil toneladas.
Fonte: DCI