Marfrig Alimentos está perto de comprar Bertin

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A Marfrig Alimentos está perto de fechar um acordo para a compra do segmento de alimentação do Grupo Bertin. Uma fonte próxima à negociação informou que a aquisição seria uma "recomendação" do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem participação nas duas empresas. O objetivo seria evitar que o frigorífico de Lins (SP) enfrente dificuldades financeiras mais graves e corra o risco de ser vendido a uma empresa estrangeira. Por conta disso, o Marfrig receberia R$ 3 bilhões do próprio BNDES, R$ 2,5 bilhões para a aquisição.

 

Em nota, a Marfrig informou que não existe nada fechado até o momento, mas confirmou que as duas empresas continuam negociando. Na mesma linha, o grupo Bertin disse que mantém conversas no âmbito comercial, mas nada relacionado à aquisição. "A Marfrig Alimentos S.A. continua a manter sua política de crescimento orgânico baseada em uma posição financeira conservadora, alicerçando seu crescimento na consolidação e integração das empresas adquiridas nos últimos anos", dizia a nota da empresa.

 

Além do aumento expressivo do endividamento do Bertin desde setembro do ano passado, por conta da crise financeira global, outro motivo que estaria estimulando a venda do segmento de alimentos é o resultado do setor em relação aos outros negócios do grupo. Apesar de o frigorífico representar a origem dos negócios da família Bertin, sendo base para sua entrada em outros setores, ele não estaria apresentando resultados semelhantes aos de construção, saneamento e energia.

 

Aliado a este cenário, a situação do grupo Bertin foi agravada na última semana quando se tornou alvo de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) em um caso de aquisição de animais criados em áreas de desmatamento da Amazônia e perdeu um empréstimo de US$ 90 milhões do Banco Mundial (Bird). O grupo informou que o motivo para a rescisão do crédito foi o agravamento da crise econômica, que atingiu o agronegócio brasileiro e fez com que a empresa decidisse rever a velocidade de aplicações dos investimentos planejados.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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