JBS cria empresa para atuar em couro

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A JBS S.A, maior empresa global de carne bovina, vai estrear no segmento de couro no país, mercado em que Bertin S.A e Minerva S.A já têm atuação importante hoje. A companhia comunicou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ontem que o conselho de administração aprovou a constituição da sociedade JBS Couros Ltda, que será sua subsidiária. Com a nova empresa, a JBS entra na industrialização, comercialização, importação e exportação de couros, um dos setores mais afetados pela crise financeira global que reduziu a demanda de indústrias automotivas e de móveis pela matéria-prima.

 

O conselho de administração também aprovou a capitalização da JBS Couros em até R$ 50 milhoes, para financiar os investimentos iniciais da nova empresa.

 

Num primeiro momento, a JBS Couros fará contratos de prestação de serviços com curtumes para processamento do couro bovino proveniente das unidades de abate de bovinos da JBS no país. Atualmente, o frigorífico vende a curtumes nacionais todos os couros que produz, entre 20 mil e 22 mil unidades por dia. A partir de agora, porém, terceiros processarão parte desse couro para que a nova empresa os comercialize.

 

A intenção da JBS é crescer no segmento de couros e para isso a empresa pode fazer aquisições de curtumes. Candidatos não faltam já que a queda das exportações do produto nacional, por causa da turbulência finaneira, deixou várias empresas em crise.

 

Durante esta semana, circularam informações de que a JBS teria criado uma nova empresa junto com o BMZ, um dos maiores curtumes do país, com sede em Campo Grande (MS), que atua na exportação de couro para estofamentos e calçados. Com receita líquida de R$ 233 milhões em 2008, o BMZ enfrentou dificuldades financeiras nos últimos meses, também afetado pela crise global.

 

Segundo a JBS, a informação sobre a parceria com a BMZ não procede. Mas a empresa admitiu que a BMZ está entre os curtumes que poderão prestar serviços para a JBS Couros. A BMZ tem plantas que produzem couro acabado em Montenegro (RS), Campo Grande e Franca (SP), além de unidades especializadas em couro "wet-blue". Procurada ontem, a direção da BMZ não foi localizada.

 

Chama a atenção a entrada da JBS em couros justamente num dos piores momentos do setor. Os números não deixam dúvidas quanto a isso. De janeiro a julho deste ano, o volume de vendas dos curtumes brasileiros ao exterior caiu 52% em relação a igual período do ano anterior.

 

Para analistas, a investida da empresa está relacionada a uma perspectiva de melhora na demanda por couro com os sinais de que a recessão está perto do fim em importantes consumidores, como países europeus.
 


Veículo: Valor Econômico


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