Comércio com a Rússia recua 97% com bloqueio para carne

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A relação bilateral entre o Brasil e a Rússia apresentou queda de 97,84% entre julho e agosto, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. De acordo com o presidente da Associação brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Roberto Segatto, os fatores que mais influenciaram esta queda foram a valorização do real frente ao dólar e a suspensão da compra de carne bovina em decorrência de embargos sanitários impostos pelos russos.

 

Segundo dados do Mdic, em julho o saldo da balança bilateral era de US$ 172,5 milhões, referente a exportações em US$ 304,2 milhões e importações de US$ 131,6 e no mês passado, o número apontado foi de US$ 3,7 milhões, com vendas em US$ 199,3 e compras de US$ 195,6.

 

Na comparação entre julho e agosto deste ano as exportações brasileiras tiveram uma retração de 34,47% enquanto as importações cresceram 48,57% no mesmo período analisado.

 

"Temos diversas razões para a queda na compra e na venda de carne bovina, do lado da Rússia houve corte na compra por questões sanitárias, os russos alegaram problemas na carne dos produtores brasileiros, em contrapartida, os exportadores brasileiros alegam que algumas empresas russas não pagaram os produtos entregues entre abril e junho e por isso não vendem mais aos russos, pelo menos até o pagamento das dívidas", explicou Roberto Segatto.

 

Ainda de acordo com o presidente, outro grave problema está com a desvalorização do dólar, que dificulta muito as exportações. "Tem indústrias que compram fora o que elas mesmas produziam, passaram a ser revendedoras, com isso não agregam mão de obra, recolhem menos tributos e aumentam seu lucro", disse.

 

Contudo, ele afirma que se o governo incentivar a aplicação de investimentos no parque industrial brasileiro e elevar sua participação em feiras e eventos internacionais como a 18ª World Food Moscow 2009, maior feira de alimentos e bebidas daquele país, a pauta de exportações aumenta, o lucro cresce os preços dos produtos tornam-se mais competitivos.

 

"Podemos ampliar novamente a balança comercial e o saldo. Se fizermos isto rapidamente ainda conseguiremos incrementar em US$ 100 milhões o saldo e fecharmos o ano com US$ 1,3 bilhão", frisou o presidente da entidade, ao dizer que "os países fazem parte do Bric, eles devem se ajudar para crescer, basta ter pressão."

 

Veículo: DCI


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