Riachuelo terá R$ 342 milhões para expansão; banco já liberou R$ 3 bi para o setor este ano
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 342 milhões para o Grupo Guararapes, controlador da rede de lojas Riachuelo. Com o empréstimo, o banco se aproxima de R$ 3 bilhões liberados este ano para empresas de varejo. Até outubro, essa carteira acumulava R$ 2,58 bilhões em desembolsos, quase 70% a mais do que o R$ 1,5 bilhão emprestado em todo o ano passado. Incluindo o comércio atacadista, os recursos do BNDES para o setor chegam a R$ 4 bilhões.
Com o esforço para suprir a carência de crédito da economia durante a crise, o banco aumentou as suas operações para as grandes empresas do comércio, criando até uma linha especial de crédito voltada para capital de giro. Nessa modalidade, o Carrefour/Atacadão levou R$ 300 milhões. O grupo francês também obteve outros R$ 300 milhões par a abrir 33 novas lojas do Carrefour e outras 18 do Atacadão.
A rede de livrarias Saraiva obteve R$ 70 milhões para seu plano de investimentos. A rede Raia, de farmácias, vai usar R$ 90 milhões do banco para abrir 170 novas drogarias. Entre as operações mais recentes estão as das Lojas Americanas (R$ 150 milhões para giro) e da Tok & Stok (R$ 59 milhões para expansão). O Grupo Pão de Açúcar, que absorveu as Casas Bahia na semana passada, teve aprovado em julho um limite de crédito de R$ 900 milhões para financiar um plano de investimentos entre 2008 e 2011, mas ainda não o utilizou.
O financiamento para o Guararapes é um dos maiores para o setor. Do montante total, R$ 293,4 milhões serão usados na expansão da rede de lojas Riachuelo, que atualmente tem 107 pontos de venda.
O objetivo do grupo é abrir 16 novas unidades e reformar outras dez. Outros R$ 31,6 milhões serão usados na criação de uma nova unidade de produção da Guararapes Confecções, no Ceará, que abastece as lojas.
O grupo nordestino ainda usará R$ 17,7 milhões do BNDES para finalizar a expansão de um dos seus empreendimentos, o Midway Shopping Center, o principal de Natal (RN).
Segundo Carlos Eduardo Castelo, do Departamento de Comércio e Serviços do BNDES, o banco tem recebido uma grande demanda das grandes empresas de varejo e do setor de shopping centers, animados com o aquecimento do mercado.
Como o banco não financia aquisições - a participação do banco se restringe a operações de fusão com troca de ações -, muitas empresas estão crescendo com capital próprio e buscando o banco para ampliar e reformar lojas. "As empresas estão fazendo planos de investimento e precisam de recursos", afirmou. "Como esse é um setor de margem pequena e falta financiamento de longo prazo, buscam o BNDES", concluiu.
Veículo: O Estado de S.Paulo