A alta nos preços dos alimentos in natura levou ao aumento do Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), que mede o impacto da inflação entre as famílias de baixa renda, com ganhos mensais entre 1 e 2,5 salários mínimos (R$ 465 e R$ 697,50). O indicador subiu 0,23% em novembro, após registrar deflação de 0,18% em outubro.
No entanto, de acordo com o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz, o avanço do IPC-C1 não preocupa. "Considerando apenas os meses de novembro, é a menor taxa para este mês desde 2005", afirmou. Na análise de Braz, os aumentos de preços em novembro ficaram mais concentrados nos alimentos in natura e não representam um cenário de aumentos pelo varejo.
Para exemplificar a questão, o especialista informou que o IPC-C1 em novembro registraria deflação de 0,21% se fossem excluídos os alimentos in natura, como frutas, hortaliças e legumes. "Quando os aumentos de preços estão concentrados em um número pequeno de produtos, isso dá uma tranquilidade maior nas projeções de inflação de longo prazo."
Ele comentou ainda que a perspectiva para o fechamento do IPC-C1 neste ano também é boa. Até novembro, a taxa acumulada em 12 meses do indicador subiu 4,11%. "Acho que a taxa tem chance de ficar menor ainda." Segundo ele, em dezembro de 2008 a variação do IPC-C1 foi de 0,57%.
Braz afirma que é possível que o indicador apresente taxa menor no último mês do ano, o que levaria a uma variação em 12 meses menos intensa do índice.
Veículo: DCI