Pagamento do 13º deverá injetar R$ 9 bi em Minas

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O pagamento do 13º salário deve injetar R$ 9,121 bilhões na economia mineira até dezembro deste ano, conforme estimativas da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas). Aliado à queda do desemprego, ao aumento do poder de compra da população e à maior confiança na economia, o abono deverá incrementar as vendas do comércio antes mesmo do Natal, considerada a principal data para o varejo.

 

De acordo com Sondagem de Opinião do Lojista - Expectativas para o Natal, realizada pela entidade, 66,2% dos empresários apostam em incremento no ritmo dos negócios com a primeira parcela do 13º salário, que deverá ser paga até o dia 30 de novembro, conforme prevê a legislação trabalhista. Já 33,8% dos comerciantes entrevistados pela pesquisa pensam justamente o contrário. O estudo, desenvolvido pelo Departamento de Economia da Fecomércio Minas, ouviu 300 lojistas em todas as regiões da Capital.

 

A pesquisa revelou que, apesar de 59,1% dos empresários acreditar que o benefício será usado para o pagamento de dívidas, a expectativa demonstrada pelos comerciantes é positiva. A opção pelo consumo aparece em segundo lugar (39,5%) entre as opiniões dos lojistas sobre o destino da primeira parcela do 13º salário do trabalhador.

 

Na avaliação da coordenadora do Departamento de Economia da Fecomércio Minas, Silvânia de Araújo, a quitação dos débitos pode ser entendida como um sinal de intenção de consumo. "O alto nível de endividamento das pessoas, juntamente com o peso das contas em atraso, justifica a expectativa do destino para ’limpar o nome’ ou buscar o equilíbrio financeiro para viabilizar novas compras", afirmou.

 

Segundo ela, o fato de o Natal ser uma data bastante diversificada e contar com o incremento do 13º salário da população faz com que os diversos setores do varejo sejam beneficiados no período. "De certa maneira, todos os segmentos do comércio registrarão aumento nas vendas. No entanto, há sempre aqueles destaques tradicionais, como os setores de vestuário, calçados, livros e eletroeletrônicos", destacou.

 

Planejamento - Em relação às ações de planejamento adotadas pelos empresários para o Natal, a maioria dos lojistas entrevistados (23,3%) disse que ainda não decidiu quais ações adotará no período. Em contrapartida, 18% afirmaram que pretendem contratar temporários; 17,6% deverão investir em decoração de vitrines; 16,4% pretendem adquirir mercadorias para reforçar os estoques; 10,2% vão adquirir novas mercadorias para diversificar o mix de produtos; 8,4% irão investir na capacitação dos funcionários e 6,2% na aquisição de mercadorias importadas.

 

Conforme Silvânia de Araújo, o fato de a fatia dos lojistas que ainda não decidiram em que investir ser superior em relação àquela dos que já planejaram as ações não é preocupante. "O índice pode ser atribuído aos lojistas que ainda estão pensando nas vendas que farão para o Dia das Crianças - comemorado no próximo dia 12 - e só passarão a pensar nas ações natalinas após este período", justificou.

 

Para 29,1% dos comerciantes o aumento da renda das pessoas é o fator que mais poderá incrementar as vendas para o Natal deste ano, seguido pelos novos produtos que estarão acessíveis aos consumidores (20,2%) e o parcelamento com prazos mais longos (16,4%). Logo em seguida apareceram uso de propagandas, citado por 14,8% dos entrevistados, confiança na economia (9,5%), crédito facilitado (6,8%) e custo menor dos produtos importados (3,2%).

 

Quanto ao fator que deve pesar na escolha do cliente, na hora das compras, 35% dos empresários disseram que o preço será a prioridade, seguido pela qualidade no atendimento (27,5%) e o prazo, com 14,9%. A qualidade dos produtos apareceu em quarto lugar na opinião dos lojistas, com 11,7%. Já a facilidade de crédito foi apontada por 5,9% dos empresários, produtos inovadores por 2,9% e conveniência e conforto por 2%.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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